sábado, 28 de fevereiro de 2009

A menina na janela!


Ontem saí pra passear, sai sem direção e sem propósito. Fui andando seguindo o sol que já se encaminhava para se pôr. A vantagem de ser livre é poder não precisar de uma razão pra nada, apenas a vontade é que justifica as minhas escolhas.
Assim, sem ter um como ou porque entrei numa rua que dizia ser “sem saída”, era uma rua que se chamava “Perfume das Flores” e não é que andando pela rua pude comprovar que o perfume era extasiante, perfumes variados de flores que eu nem conhecia, porém tinha um perfume que me inquietava, fui seguindo-o pelo aroma.
Estava ali, na ultima casa da rua sem saída.
E, parada em frente à casa, duas coisas me chamaram a atenção, primeiro que a rua não era simplesmente “sem saída” mas era sem saída por que havia um grande muro que fechava a rua, tão grande que eu não conseguia ver onde acabava. Segundo, que ali na ultima casa (a mais perfumada) vi algo muito estranho: Era uma menina com um grande par de asas nas costas, sentada na janela de sua casa.
Fiquei muito tempo ali, observando-a, mas ela não podia me ver, tinha os olhos presos no horizonte, como se visse algo por trás daquele imenso muro, olhos de quem espera algo bom, pois também tinha no rosto um sorriso. Pela imagem da menina fiquei ali imaginando o que ela estava aguardando. Gosto de tentar decifrar como são as pessoas, apenas com o olhar.
Então aproveitei pra brincar de adivinhação, e comecei com as hipóteses:
- Se esperava alguém deveria ser outro anjo, mas um outro anjo não a faria ficar tanto tempo esperando ao ponto de se cansar e sentar. Anjos não agem assim!
- Se esperava conseguir voar, como podia ignorar o imenso muro que a separava do mundo?
- Se ela não era anjo e nem queria voar, por que perder seu tempo colocando asas ao invés de ir brincar?
Em meios às minhas divagações, de repente, senti um forte vento, e tudo começou a fazer sentido... Vi a menina se levantar rapidamente e com uma força encantadora ela começou a voar. Não fugiu do que era mais difícil, foi logo em direção ao muro. Eu, ali não podia fazer nada além de torcer por ela e me alegrar de vê-la conseguir. Ela batia suas asas com a força de um gigante e a alegria de uma mãe ao ver os olhos de seu primeiro filho, não à toa, pois ela começava a ver um horizonte jamais visto...
Porém, não era ventania, era apenas vento de passagem. Foi um vento forte, mas sem duração suficiente pra fazer a menina voar tudo que precisava para ultrapassar a fronteira entre ela e o mundo. E foi então que ela caiu, queda alta e forte.
Queria ajudá-l a se levantar, mas não deu tempo, a menina foi mais rápida que eu, levantou-se do chão, limpou a poeira, arrumou suas asas nas costas e voltou correndo para janela. Nem se quer reparou que eu a observará, aliás, parece que naquele instante ela não conseguiria ver ninguém, além de seu muro e da vontade de ultrapassá-lo.
Por algumas horas permaneci ali a observando, mas como nada acontecia fui-me embora!
Hoje, desde a hora que acordei, fiquei pensando naquela pobre menina das grandes asas, não sei se conseguiu teu intento, mas algo me diz que a menina continua ali, e se tivessem visto o olhar dela concordariam comigo em dizer que ela permanecerá ali o tempo que precisar, só aguardando a forte ventania. A ventania que eu gostaria muito de saber por onde virá!


"Oh meu amigo eu esperei tanto tempo por respostas e depois de tanto tempo/ Ainda havia mais, pra esperar/ Então eu sentei e esperei/ E resolvi desprezar o tempo/ Eu não sabia mais o que vestir e eu não tinha mais pra onde ir// Você não ligou quando eu disse para ter cuidado/ E tinha razão você precisa ser livre" (Das coisas que eu entendo - Nenhum de Nós)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sobre minha ansiedade em voar!


Ontem, fuçando meu baú, encontrei (quem diria) um par de asas! Havia muito tempo que estavam ali, tanto que eu ja havia até me esquecido delas... mas ao olhá-las tive um pouco de medo, então pensei como a tal da Scarlett "Penso nisso amanhã"...
Ao acordar me enchi de coragem, as vesti e fiquei esperando que o vento soprasse pra me fazer voar!
Podes, por favor, provocar logo uma ventania pra me fazer voar pra perto de ti?
Ou vais me deixar feito uma pateta com um par de asas nas costas em frente a minha janela?

Coisas que eu gostaria de ter escrito!


Pq tem pessoas que as vezes escrevem pela gente, como se pegassem em nossa mão e falassem "olha aqui, nao tais sozinha no mundo não, viu"
Pra começar um texto que achei na internet, de Myllena Queiroz:
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"Nunca fui menina bem alienada, pudera, nunca tive vocação pra ser Amelia, pra cegueira mutipla e discursos sem opinião própria.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venham com meios-termos,com mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha a mim com opniões formadas, alma, vísceras, tripas e ideais... Eu acredito é em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em xingamentos amáveis, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala verdades, na voz e no conteúdo. Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.São eles que me dão a dimensão do que sou."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

No baú secreto da menina: um sorriso!


“Ando por ai querendo te encontrar, em cada esquina paro em cada olhar, deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar”

Era uma menina que contava as datas, que sabia os números dos dias e das horas...

De todas as datas que ela guardava, algumas ela sorria ao lembrar...

Datas como ontem, como novembro, como abril, como julho, como janeiro, e mais algumas dos últimos cinco anos. A lembrança fazia parecer que o tempo, em algumas ocasiões, estava acontecendo no absoluto presente, porque ela lembrava com perfeição.

Algumas vezes, escutei a menina dizer que tudo aquilo era passado, que já não existia mais, e que o coração dela já estava novamente ocupado. Eram nestes momentos que algum anjinho sapeca jogava algumas pistas na frente dela só pra indicar que aquele sentimento podia ser tudo, menos não-sentimento. Então ela pedia para que o novo inquilino desocupasse teu coração e o chamava de intruso pela inconveniência. 'Como pode alguém ser tão intrometido, invadindo propriedade alheia?'

Quando a vontade de encontrar o verdadeiro proprietário era muita, a menina abria seu baú secreto, depois de jogar fora todas as roupas sujas indesejadas, todas as lágrimas, e todas as palavras feias, ela encontrava uma linda flor vermelha de pelúcia... e sorria. Sorria por um motivo que só ela entendia, que ninguém podia compreender. Talvez seja porque aquela simples flor de pelúcia vermelha trazia em sua memória o único momento que sentiu amor, amor daquele tipo que atinge um homem e uma mulher.


Mas ela, a menina, não sabia nada sobre o amor. Nestes assuntos era burra como uma porta, e mesmo sendo burra ela sorria, sem ninguém saber, sorria escondido, porque aquelas lembranças (de datas, números e horas) eram só do mundo dela. Ou melhor, não eram só dela... mas quando ela lembrava disso ela tinha medo, porque sabia que a sua vontade era gritar o que chamava de amor a todos, principalmente àquele que tinha levado com ele o perfume da flor e seu coração.
Ainda que por medo, por receio, por precaução... a menina olhava a flor e apenas sorria... porque só ela sabia o sentimento que tinha.

E ficava feliz em ter tido aquele momento de coração tranquilo e sorriso no rosto, mesmo porque 'é assim que tem que ser', ela dizia!

Eu a vendo só pensava: Pobre menina que não sabe nada sobre o amor!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O dia em que um anjinho me mostrou o arco-íris!


O mundo da voltas e tudo depende de onde, e ao lado de quem, queres ficar. Tudo é uma questão de escolha. É uma questão de descobrir quem és e seguir teu instinto.

Hoje, na estrada, quando fazia o mesmo caminho que fiz tantas vezes quando menina, pensava que talvez esteja na hora de ser mulher, quando (perceba que curioso) ao olhar lá pra cima, no céu, tinha o arco-íris mais lindo que eu já tinha visto!

Tem coisas que só os anjos podem nos mostrar, aqueles anjos de asa branca que minha mãe mandava eu sonhar...

Sei que o meu está lá no alto, olhando por mim, desde menina. Espero realmente não decepcioná-lo jamais pq sei que, apesar de eles perdoarem a todos, os anjos de asa branca, até mesmo sem demonstrar, ficam sensíveis demais quando têm suas asinhas quebradas por humanos que não os souberam compreender... deve ser mais ou menos nestes momentos que eles inventam de brincar de colorir o céu de arco-íris para conseguirem lembrar que “apesar de...” a vida continua...

... e foi então que me permiti escrever...

Se eu pensar que cada palavra segue diretamente ao meu anjinho fica tudo mais fácil, mais sensivel.... mais sincero!