Ontem saí pra passear, sai sem direção e sem propósito. Fui andando seguindo o sol que já se encaminhava para se pôr. A vantagem de ser livre é poder não precisar de uma razão pra nada, apenas a vontade é que justifica as minhas escolhas.
Assim, sem ter um como ou porque entrei numa rua que dizia ser “sem saída”, era uma rua que se chamava “Perfume das Flores” e não é que andando pela rua pude comprovar que o perfume era extasiante, perfumes variados de flores que eu nem conhecia, porém tinha um perfume que me inquietava, fui seguindo-o pelo aroma.
Estava ali, na ultima casa da rua sem saída.
E, parada em frente à casa, duas coisas me chamaram a atenção, primeiro que a rua não era simplesmente “sem saída” mas era sem saída por que havia um grande muro que fechava a rua, tão grande que eu não conseguia ver onde acabava. Segundo, que ali na ultima casa (a mais perfumada) vi algo muito estranho: Era uma menina com um grande par de asas nas costas, sentada na janela de sua casa.
Fiquei muito tempo ali, observando-a, mas ela não podia me ver, tinha os olhos presos no horizonte, como se visse algo por trás daquele imenso muro, olhos de quem espera algo bom, pois também tinha no rosto um sorriso. Pela imagem da menina fiquei ali imaginando o que ela estava aguardando. Gosto de tentar decifrar como são as pessoas, apenas com o olhar.
Então aproveitei pra brincar de adivinhação, e comecei com as hipóteses:
- Se esperava alguém deveria ser outro anjo, mas um outro anjo não a faria ficar tanto tempo esperando ao ponto de se cansar e sentar. Anjos não agem assim!
- Se esperava conseguir voar, como podia ignorar o imenso muro que a separava do mundo?
- Se ela não era anjo e nem queria voar, por que perder seu tempo colocando asas ao invés de ir brincar?
Em meios às minhas divagações, de repente, senti um forte vento, e tudo começou a fazer sentido... Vi a menina se levantar rapidamente e com uma força encantadora ela começou a voar. Não fugiu do que era mais difícil, foi logo em direção ao muro. Eu, ali não podia fazer nada além de torcer por ela e me alegrar de vê-la conseguir. Ela batia suas asas com a força de um gigante e a alegria de uma mãe ao ver os olhos de seu primeiro filho, não à toa, pois ela começava a ver um horizonte jamais visto...
Porém, não era ventania, era apenas vento de passagem. Foi um vento forte, mas sem duração suficiente pra fazer a menina voar tudo que precisava para ultrapassar a fronteira entre ela e o mundo. E foi então que ela caiu, queda alta e forte.
Queria ajudá-l a se levantar, mas não deu tempo, a menina foi mais rápida que eu, levantou-se do chão, limpou a poeira, arrumou suas asas nas costas e voltou correndo para janela. Nem se quer reparou que eu a observará, aliás, parece que naquele instante ela não conseguiria ver ninguém, além de seu muro e da vontade de ultrapassá-lo.
Por algumas horas permaneci ali a observando, mas como nada acontecia fui-me embora!
Hoje, desde a hora que acordei, fiquei pensando naquela pobre menina das grandes asas, não sei se conseguiu teu intento, mas algo me diz que a menina continua ali, e se tivessem visto o olhar dela concordariam comigo em dizer que ela permanecerá ali o tempo que precisar, só aguardando a forte ventania. A ventania que eu gostaria muito de saber por onde virá!
Assim, sem ter um como ou porque entrei numa rua que dizia ser “sem saída”, era uma rua que se chamava “Perfume das Flores” e não é que andando pela rua pude comprovar que o perfume era extasiante, perfumes variados de flores que eu nem conhecia, porém tinha um perfume que me inquietava, fui seguindo-o pelo aroma.
Estava ali, na ultima casa da rua sem saída.
E, parada em frente à casa, duas coisas me chamaram a atenção, primeiro que a rua não era simplesmente “sem saída” mas era sem saída por que havia um grande muro que fechava a rua, tão grande que eu não conseguia ver onde acabava. Segundo, que ali na ultima casa (a mais perfumada) vi algo muito estranho: Era uma menina com um grande par de asas nas costas, sentada na janela de sua casa.
Fiquei muito tempo ali, observando-a, mas ela não podia me ver, tinha os olhos presos no horizonte, como se visse algo por trás daquele imenso muro, olhos de quem espera algo bom, pois também tinha no rosto um sorriso. Pela imagem da menina fiquei ali imaginando o que ela estava aguardando. Gosto de tentar decifrar como são as pessoas, apenas com o olhar.
Então aproveitei pra brincar de adivinhação, e comecei com as hipóteses:
- Se esperava alguém deveria ser outro anjo, mas um outro anjo não a faria ficar tanto tempo esperando ao ponto de se cansar e sentar. Anjos não agem assim!
- Se esperava conseguir voar, como podia ignorar o imenso muro que a separava do mundo?
- Se ela não era anjo e nem queria voar, por que perder seu tempo colocando asas ao invés de ir brincar?
Em meios às minhas divagações, de repente, senti um forte vento, e tudo começou a fazer sentido... Vi a menina se levantar rapidamente e com uma força encantadora ela começou a voar. Não fugiu do que era mais difícil, foi logo em direção ao muro. Eu, ali não podia fazer nada além de torcer por ela e me alegrar de vê-la conseguir. Ela batia suas asas com a força de um gigante e a alegria de uma mãe ao ver os olhos de seu primeiro filho, não à toa, pois ela começava a ver um horizonte jamais visto...
Porém, não era ventania, era apenas vento de passagem. Foi um vento forte, mas sem duração suficiente pra fazer a menina voar tudo que precisava para ultrapassar a fronteira entre ela e o mundo. E foi então que ela caiu, queda alta e forte.
Queria ajudá-l a se levantar, mas não deu tempo, a menina foi mais rápida que eu, levantou-se do chão, limpou a poeira, arrumou suas asas nas costas e voltou correndo para janela. Nem se quer reparou que eu a observará, aliás, parece que naquele instante ela não conseguiria ver ninguém, além de seu muro e da vontade de ultrapassá-lo.
Por algumas horas permaneci ali a observando, mas como nada acontecia fui-me embora!
Hoje, desde a hora que acordei, fiquei pensando naquela pobre menina das grandes asas, não sei se conseguiu teu intento, mas algo me diz que a menina continua ali, e se tivessem visto o olhar dela concordariam comigo em dizer que ela permanecerá ali o tempo que precisar, só aguardando a forte ventania. A ventania que eu gostaria muito de saber por onde virá!
"Oh meu amigo eu esperei tanto tempo por respostas e depois de tanto tempo/ Ainda havia mais, pra esperar/ Então eu sentei e esperei/ E resolvi desprezar o tempo/ Eu não sabia mais o que vestir e eu não tinha mais pra onde ir// Você não ligou quando eu disse para ter cuidado/ E tinha razão você precisa ser livre" (Das coisas que eu entendo - Nenhum de Nós)