sexta-feira, 31 de julho de 2009

Homem e Mulher!


Eu posso amarrar minhas mãos, fechar minha boca com esparadrapo e fingir um desmaio. Daí assim você me leva fingindo que tudo isso é um seqüestro, fingindo que eu não quero, fingindo que eu não faço questão. Afinal de contas “eu te amo e nem ligo”, não ligo pro amanha, pro passado, pras nossas vidas confusas, pros nossos futuros que não se cruzam nem hipoteticamente ou pro fato de você nem saber o que tanto eu nem ligo.
Toda mulher sabe, tem aquele homem que a gente ama pela gentileza, outro que é pela inteligência, tem o moço bonzinho que sempre tá ali, ou aquele que faz a gente chorar por ser tão chucro, tem também o melhor amigo, o que a gente gostaria que não fosse gay então se sentiria mais mulher se conseguíssemos vencer isso, tem aquele que tem dinheiro e paga todas nossas contas e isso nos seduz, ou então aquele que não tem um puto no bolso e a gente se sente bem sucedida pagando tudo.... mas quando o negócio é pele e cheiro, daí não tem jeito, se a nossa pele sente falta da pele de outra pessoa, se o cheiro fica no ar por todo lugar que você vai depois, se escuta a respiração no seu ouvido antes de dormir, daí minha filha, não tem jeito, não há o que você faça ou quem você tenha em seus braços, você nunca vai esquecer este cara!
Podem vir amigas falando sobre sua incompetência no quesito amor, pode vir mãe, pai, avó, terapeuta e caralho a quatro, porque você quer realmente ter aquela pele encostada na tua, ter a respiração no pescoço e o cheiro cravado na tua pele, tanto faz se com isso vem os problemas ou a dificuldade. Quando tudo o que você gosta naquele homem é o fato de ele ser simplesmente homem, daí minha filha, é melhor ceder ao fato de você ser simplesmente uma mulher.

“Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."
Tati Bernardi

terça-feira, 28 de julho de 2009

T.P.A

“Me sinto tão só
E dizem que a solidão
até que me cai bem
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Pra algum país distante
Voltar a ser feliz”
(Maurício - L.U.)

O periquito fez que não com a cabeça quando o moço do realejo perguntou se ele nao queria trocar a minha sorte, tava convicto de que aquilo era realmente pra mim – decidido e teimoso, parecia até mesmo que ele ja me conhecia – e a sorte era clara em dizer que tudo que eu queria estava em qualquer lugar longe daqui. Como quando eu era criança e cantava a tal musica que falava sobre o “outro lado do oceano” ou então quando li meu primeiro livro que era a história de um amor que passou de trem e deixou saudade no menino e ele ficava imaginando pra onde tinha ido aquele trem e como era o lado de lá... Acho que no fundo está tudo escrito, é como se minha vida, não esta que eu vivo aqui, a de verdade, estivesse do outro lado de lá.
Do outro lado de lá está o grande amor da minha vida, está a paz, está o trabalho perfeito, estão os amigos desejados, está a felicidade...
Não que não tenha um pouco de tudo isso aqui, mas aqui não é meu, é como se eu estivesse de substituta na vida de outra pessoa que tirou férias e esqueceu de voltar, dai então quando a outra pessoa voltar e assumir seu posto dai então me vou, vou atras do meu destino que o periquito escreveu na sorte.
Aqui tenho medo da solidão, tenho angustia por estar só, tenho uma ansiedade pra saber o amanha que não me cala, tenho uma tendencia a perfeição que me irrita e faz eu cobrar dos outros muito mais do que eles podem me dar, tem uma mania de razão sempre que não me deixa ser leve, tenho o meu cabelo bagunçado, minhas roupas que nunca me cabem como deveriam, tem a rotina que nunca pára, a bebida que nunca sara, e tem todo este ser que sou eu de um jeito que até poderia ser mas não sou (é a outra).
Quando eu puder ir do outro lado de lá, daí então terei toda a grandeza de ser quem eu posso ser; daí terei tudo aquilo que sempre, secretamente, sonhei ter; dai então serei quem de verdade eu sou mas tenho medo de roubar o protagonismo da outra que substituo e por isso deixo de ser. Mas quando eu puder ir do outro lado de lá...

“Estava permanentemente ocupada em querer e não querer ser o que eu era, não me decidia por qual de mim, toda é que nao podia ser; ter nascido era cheio de erros a corrigir. Só tinha tempo de crescer. O que eu fazia para todos os lados, com uma falta de graça que mais parecia o resultado de um erro de cálculo. Na minha pressa eu crescia sem saber pra onde.” (Clarice Lispector)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

De terno e gravata!



“Teus olhos, meu clarão, me guiam dentro da escuridão.
Teus pés me abrem o caminho, eu sigo e nunca me sinto só.
Você é assim, um sonho pra mim, quero te encher de beijos.”
(Velha Infância)

É então que eu deixo você andar na frente e você pára, me espera porque quer ir ao lado, quer conversar, quer olhar e eu sorrio porque acho bonita a atitude, afinal eu nem sei o caminho e sempre vou pro lado errado e mesmo assim você quer que eu vá lado a lado.
De repente você dá dois passos mais longos, afinal tem uma porta e você tem que abri-la e estou ali de frente com um ser de terno e gravata, com postura de homem poderoso, abrindo a porta pra mim, eu que nem sentar aprendi direito ainda, que fico sorrindo que nem boba pra faxineira que passou pela gente, porque ela deve ter notado que este homem de terno e gravata abriu a porta pra menina de moletom com o cabelo bagunçado, ela notou, com certeza notou e pensou “porque será que ela merece isso e eu não?” e não, eu não mereço nada disso não, este homem que cismou que eu sou menina que tem que ser tratada cheia de modos, mas não sou assim, acredite Srª Faxineira que me olha como se eu fosse bem mais bonita do que sou.
O homem da banca também notou, afinal chego eu ali, uma menina tomando chuva e querendo fazer amizade, pergunto a primeira coisa que me vem a cabeça “qual o nome desta rua?” e ele me trata grosseiramente, afinal eu sou apenas uma menina tomando chuva a espera de alguém que pra ele tanto faz, mas eu sei que se ele fosse um homem de terno e gravata ele teria me tratado melhor, teria oferecido uma cadeira pra eu sentar e esperar, esperar o meu homem de terno e gravata. Então ele chega num carro bonito, carro de quem já tem três filhos que estudam em escola boa, e abre a porta. Assim eu mostro pro tal “Dono de Banca que Nada Sabe de Mulher” que tem gente que sabe como tratar uma mulher, afinal ele do alto do seu terno e gravata lastimou a demora que o transito provocou. Lastimou também a chuva que tumultua o cabelo das meninas que estão nas capas de revista, mas o meu não, é só um cabelo e até que gostei dele com estas pontas enroladas, nem me incomodei.
Teu irmão provavelmente reparou que não sou a tal menina que deve ser tratada cheia de modos, como você pensa, afinal ele viu que fiquei sem jeito ao conhecê-lo, que disse um “oi” de criança que morre de medo de adulto e fui me esconder embaixo da sua saia, ou melhor: do seu terno, mas você estava ocupado demais pensando em como me fazer feliz que talvez nem tenha percebido. Daí então, conheço teu irmão, teu apartamento, tua cozinha, tua varanda, a pomba que pousou ali do nada e você cismou em ver, e teu microondas, e o chão, o sofá, a TV... calma, calma que ainda estou tentando processar tudo, e você tira o terno e arregaça as mangas da camisa social, daí tanto faz a pomba, o chão ou o sofá, talvez se eu te abraçar agora eu não solte nunca mais. E não solto, eu quero abraçar e preciso, afinal, penso “se eu não aproveitar o momento ele simplesmente passa”, eu sei.
Eu, como menina que sei qual o meu lugar, estou satisfeita em ficar na metade do caminho, sei que seu terno e gravata pede compromissos e horários, mas você faz tudo errado, você desvia o caminho e prefere percorrer uns 60 km pra me levar embora pra casa, teus compromissos podem esperar, mas eu tenho que ficar em segurança, assim como não posso abrir as portas sozinhas, como não posso ficar sentada longe, como não posso fazer meu prato sozinha, como não posso resolver aquele problema com a minha mãe sozinha... você ajuda, me estende a mão e me leva embora pra casa.
Depois disso tudo, chego em casa e sorrio. Sozinha, eu sorrio já com certa arrogância, afinal depois disso tudo já me acostumei que posso ser tratada cheia de “não me toques”, que posso ser cuidada com carinho, e por um homem de terno e gravata. Já quase acredito que mereço!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

"“I got my angel now"



“I got my angel now
It's like I've been awakened
Every rule I had you breaking
It's the risk that I'm taking
I ain't never gonna shut you out”


(“Halo” - Beyoncé)

Enfrentei o sono, a gripe, a chuva, ônibus, um grupo inteiro de reggae tocando no meu ouvido às oito da manhã, filas, espera, fome... tudo poderia parecer um castigo se eu não estivesse exatamente onde eu deveria estar, se eu não tivesse a certeza que você estava engolindo muito mais do que contratempos, estava engolindo seu orgulho e quebrando com todas as justificativas racionais que diziam que eu não poderia estar ali de mãos dadas com você.
Ali, você estava esquecendo os fatos em nome de algo que não sabemos o que é, mas que vira abraço e olhar, abraço apertado de quem diz “não quero te perder nunca mais” e olhar carinhoso de quem diz “você sabe que nunca me perdeu” e então assim a gente vira um casal, marido e mulher planejado como vamos viver com toda a fortuna que você ira ganhar sendo o homem de negócios todo cheio de responsabilidade que você esta se tornando, e então a gente percebe que realmente a minha blusa de moletom com pom-pom na ponta não combina com seu terno e gravata, mas brinco de ser tua estagiária e convenço, eu sempre convenço, te convenci até mesmo que nada do que fiz de errado vale mais do que aquilo que podemos ter, e você sorri e não percebe que também sorrio enquanto te abraço forte.
Então você me trás de volta pra casa, prometendo que até amanha a saudade já vai te fazer presente, você me deixa na porta de casa, com um beijo e um sorriso, afinal, você sempre sorri e tudo que eu posso dizer é: Obrigada!, e digo esta palavra repetidas vezes durante o resto do dia, sorrindo, porque com você eu sempre sorrio.

“Ele ri mais um pouco, segura firme na minha mão, eu quero contar, ele merece saber, eu estou amando e super feliz de brincar de amar e ser feliz, mas olha, querido, daqui a pouco eu volto pra ele. O silêncio. Eu sempre volto pro silêncio. Mas agora acelera aí, apita, solta fumaça, sei lá como é andar de trem, mas sempre ando. Vamos ver até onde eu aguento dessa vez.” Tati Bernardi

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Cabelo liso e idéias enroladas dentro da cabeça!




Hoje acordei com vontade de brigar, então dispensei o menino bonzinho a quem eu devia uma desculpa. Afinal eu que errei e não posso, infelizmente, continuar culpando-o pelo meu erro. Mas posso culpar aquele outro que me fez adquirir um medo ridículo de me envolver, é isso mesmo, se errei com o outro, se ando errando direto por aí a culpa é toda daquele que um belo dia acordou e resolveu não me amar mais, então ele que vá pro inferno, que morra. Vontade de xingá-lo e de dizer tudo que ta aqui engasgado, mas ele não me escuta (o menino bonzinho escuta e talvez ate admitisse que eu ofendesse ele em nome daquilo que ele não fez, mas não... tenho que ter dignidade o suficiente ao ponto de não descontar nele), então fico aqui gritando, completamente pro ar, afinal ele finge não me escutar, finge não estar ali: mas olha aqui, eu odeio tudo o que você fez por mim e acredite, vou sair desta, o mais cedo possível. Vou me libertar de todo este medo que contagia.
Mas a ansiedade é grande demais, então chamo pelo bonzinho, preciso ter alguém pra fingir que amo e que não estou contente, porque daí este vai poder me dizer que se preocupa comigo, que realmente quer me ver pra acertar tudo isso, pra acertar minha vida e daí então eu vou ficar feliz. Ô porcaria de carência que faz com que eu enxergue tudo invertido, que eu queira o que não quero, que eu me contente com o pouco de um e exija a vida do outro.
Cansei, cansei inclusive de desabafar, isso tudo não serve pra nada mesmo, ninguém escuta, nem eu mesma escuto as coisas que grito pra mim. Então quando alguém ai tiver um remédio bom pra coração burro me da um grito que eu corro comprar, porque ando precisando e médico nenhum quer receitar. Enquanto isso, fico aqui gritando, coisas que nem sei pra que gritar, afinal minha cabeça tá cheia de coisa que precisa ser resolvida e meu coração tá completamente vazio, pedindo ou melhor gritando pra que alguém possa ocupá-lo, antes que ele perceba que não consegue, que não é capaz disso tudo ai que alguns chamam de amor. E não serve nenhum desses desta lista aqui, não bastaria nenhum que se candidatasse, porque na verdade não quero ninguém pra ocupar coração nenhum, basta que queiram ocupar e isso tem, tem quem queira, mas não quero, quero apenas a lista. Deu pra entender? Pois é, agora imaginem o que é viver com todo este barulho na minha cabeça... por isso hoje acordei com vontade de brigar.

“Hoje eu levantei com sono com vontade de brigar
Eu tô manero pra bater pra revidar provocação
Olhei no espelho meu cabelo e tudo fora do
se não enche não me encosta
Tô bravo que nem leão
E não pise no meu calo que eu te entorno feito água
E te jogo pelo ralo

Hoje você deu azar
Hoje você deu azar

De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas
Dentro da sua cabeça”

(Ana Carolina)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"Foi bom, mas foi ontem"



ou ainda “Recuse prazeres incompletos e meias porções”

Claro que todo mundo quer ter um amor eterno, quer se apaixonar e ser correspondido, quer ter um linda historia de amor (com altos e baixos, vilões e mocinhos, muitas lágrimas e um final feliz) e quer que os relacionamentos durem, que tudo seja pra sempre e que comedias românticas não aconteçam apenas em filme. Só que as vezes, sem perceber, nós colocamos milhões de reticências onde só tinha um ponto final deixado pela outra pessoa.
Se teu relacionamento foi bom, se você amou e era amado, se tudo era bom demais pra ser verdade... que bom pra você (e pra vocês) mas se tudo isso chegou ao fim, só uma certeza é valida: FOI BOM, MAS FOI ONTEM. Acabou, simples assim, passado é pra ser lembrado e fim de papo. Contudo temos uma mania irresponsável de pegar nossas velhas fotos, limpá-las, colocá-las ali no porta-retrato mais bonito da sala pra gente ficar observando toda hora e fingindo que tudo aquilo ainda faz parte do nosso dia-a-dia.
Não se trata de queimar as fotos, apagar as lembranças e se fingir de forte porque “é assim que tem que ser”, mas está na hora realmente de parar de aceitar pequenas porções do sentimento que antes era tão grande, está na hora de dizer não aos pequenos prazeres que antes eram tão imensos que te fazia subir pelas paredes. Se tudo que te sobrou de um relacionamento tão forte e bonito é um pouco de solidariedade à sua grande carência é porque tem alguma coisa muito errada aí.
Se você traiu a confiança daquele que você achava que realmente nutria um carinho, está arrependida e querendo fazer de todo o jeito que ele volte pra você... que tal se você se der conta que apenas não queres te sentir uma vadia por todo o acontecido e aceitar que nenhuma relação depois de tudo isso vai ser boa o suficiente pra você? Afinal de contas se você o traiu é porque as coisas já não estavam tão boas. Vais se humilhar pra ter um pouco do que resta da semana dele (como um pouquinho do domingo, depois do jogo de futebol)?
Se você realmente se considera apaixonada platonicamente por uma pessoa que diz que prefere não ter nada contigo porque não quer te magoar (isso depois de ficar cinco anos fazendo cagada e te magoando) então tudo o que ele está querendo dizer é que não quer nada contigo, mesmo que isso te magoe! E não adianta tentar dar milhões de prescrições médicas/psicológicas sobre o caso pós traumático da criatura porque sua resposta é muito simples: é você quem tem o problema de não aceitar que “foi bom, mas foi ontem”
Se o beijo do guri que você ficou final de semana passado foi a melhor coisa do mundo e por isso precisa dele pro resto da vida junto contigo, acredite: existem milhões de beijos tão bons ou melhores que este, e este guri realmente valer a pena ele estará te ligando neste exato momento (e convenhamos, você nem gostou tanto assim do cheiro do cigarro que ele tinha).
Se você se quer pensa em chorar por qualquer pessoa, antes faça uma coisa muito importante: tome um banho demorado, coloque a melhor roupa, se dedique a fazer uma maquiagem muito bem feita e se dirija pra qualquer lugar que você encontre uma grande concentração de homens bonitos por metro quadrado... ria, se divirta, fale bobagens e não leve tudo tão a serio. Acredite que no outro dia você pode até voltar a chorar pela criatura, mas você verá que o mundo tem muita gente interessante pra te fazer sorrir e sabendo disso tudo a escolha é tua.
Eu escolhi ser conquistada, escolhi exigir os meus direitos como pessoa que se ama de verdade, escolhi os prazeres completos, a porção completa (e acompanhada de fritas), e escolhi ser colocada num pedestal. Sendo assim recebi todas as porções completas, com uma linda decoração enquanto estava ocupada demais sendo amada pra não conseguir nem identificar de onde veio tudo isso, alias ninguem me cobrou pra saber, apenas pra sentir e gostar. Afinal de contas se eu não sei a duração de tudo isso então planejo falar que o dia de ontem foi bom (alias, desejo falar que foi perfeito) mas que o dia de hoje será melhor ainda, mesmo porque aprendi com o ontem e sei conquistar o amanhã.

"E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado." Tati Bernardi

terça-feira, 14 de julho de 2009

Meu medo de amar!



"Qual a melhor forma de te alegrar?
Qual o melhor jeito pra te ver feliz?
Como é que eu falo pra não ter que errar?
Como eu aprendo com o que eu nunca fiz?
Eu sei
Que os meus defeitos
São grandes demais
Que eu sempre falto
No que satisfaz
E ainda desafino no final
Eu sei
Que tudo isso tem uma razão
Pra tudo tem que haver a solução
E a minha foi achar você
Vem que eu te espero
E eu quero te dar
Todo o meu medo
Meu jeito de amar"


Ela havia preparado o jardim mais bonito que já tinha visto. Tinha o regado todos os dias e protegido de todos os males que poderiam o afetar. Então se aproximou do jardim um jovem que tocava as flores com tanto cuidado, com tanto carinho que ela admirara ele logo de cara, por ter cuidado de seu jardim, por ter prestado atenção que ele era algo raro pra ela. Mas aquele jardim era só dela, não poderia pertencer a mais ninguém, afinal fora ela que o cultivara assim tão bonito. O jovem atencioso poderia sem querer pisar em alguma pequena violeta e prejudicar todo o trabalho de meses da menina. Então sem pensar ela pegou a rosa que tinha mais espinhos e arranhou o rosto do jovem quando ele vinha lhe dar um buquê de presente. Ela não precisava de flores de outros campos, ela queria apenas as dela, tinha medo que outras, ciumentas, afetassem teu belo jardim. O jovem machucado e magoado se distanciou com lágrimas nos olhos, a menina ficou parada ali, no meio do jardim, olhando tudo, olhando ele ir embora, com rosto de defesa, com olhar de determinação. Quando ela já não mais o conseguia ver ela correu, correu o mais longe que conseguia chegar e quando não mais suportava correr ela sentou-se e chorou. Chorou por não saber, chorou por não se entender... chorou não por tristeza, mas por vergonha... vergonha de ser covarde. Logo ela que criticava tanto a covardia!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Believe in me!



“Não vim aqui dizer que não posso viver sem você. Eu posso viver sem você... mas eu não quero”

Será que você poderia, por favor, devolver minha inspiração. Ela deve estar perdida no teu carro, deve ter caído quando você ainda me deu carona, mesmo eu tendo feito tudo errado naquela noite. Ela deve estar na boca de quem te trai enquanto você observava tudo com um misto de raiva, rancor e nojo. Ela deve estar no teu rosto junto com a decepção estampada por eu ter jogado tudo fora. Ela deve estar em algum copo de algo que bebi e não lembro. Ela deve estar em qualquer lugar que esteja entre o meu remorso e o teu perdão.
E se eu dissesse que se o tempo pudesse voltar eu teria feito tudo diferente, eu teria segurado na tua mão e não teria soltado jamais, eu não teria te deixado ir, eu teria te mostrado tudo o que há de bom em mim e não os erros.
Algo adiantaria se eu dissesse que sei que agi errado e que isso não vai mais se repetir? Algo adiantaria se eu dissesse que agora eu sei o quanto quero você ao meu lado? Algo adiantaria se eu dissesse que você é realmente importante para mim? Porque é.
Não tenho o que dizer, tudo o que eu disser agora soará falso e nunca conseguirá transmitir o vazio que ficou em mim. O vazio que me restou não é simplesmente da falta que me fazes, mas da falta que eu faço a mim mesma. Acho que isso é que dói tanto. Não sabia que trair a confiança de alguém passa por trair a minha própria confiança, então “perdoa-me por me traíres”.
Perdoa-me, principalmente pela minha falta de jeito com as palavras quando eu mais preciso, mas é que minha inspiração ficou junto com tudo aquilo que perdi, ficou contigo e com a minha vontade de fazer tudo certo, de termos dado certo.

“Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...”
(Por onde andei)
Ps. Por favor, não mandem este texto pra ninguém!!! uahuhhuaahahuahua Ok, Simone?)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Eu aceito!




"Take this gift and don't ask why
Cause if you will let me
I'll take what scares you
Hold it deep inside
And if you ask me why I'm with you
And why I'll never
Leave
Love will show you everything"


Eu aceito!
Aceito ser seu travesseiro, sua psicóloga, seu problema e sua solução.
Aceito tudo porque quero tudo.
Aceito teus problemas porque são eles que me fazem sorrir mais do que a solução que outros me oferecem.
Aceito praticar toda minha psicologia com você porque sempre achei mesmo que tinha talento para tal ofício.
Aceito morar em outra cidade, outro estado, em outro país... só não me coloque numa cabana, de resto aceito tudo.
Aceito você, aceito aquilo que você aceita. Acho graça nos seus defeitos e tuas pequenas qualidades me fazem sorrir o dia inteiro.
Se é isso que chamam de amor então eu os aceito, o amor e você, da forma que vier, da forma que puder vir, da única forma que me faz feliz: vindo de ti!
Se isso é tudo que eu posso dizer, se é tudo que você quer ouvir... então eu aceito, aceito agora, aceito sem pensar, aceito com uma razão de animalidade sentimental, com um sentimento criterioriosamente racional, com uma verdade sem limite , com uma vontade que quer ser fome e comida, com um não sei oque, não sei como e nem porquê...
Eu aceito!

“Esquece a rima, esquece a prosa, você me beija e eu quero mesmo é escrever uma puta historia"

Meu cartão de ponto!


É que hoje é segunda-feira... e segunda-feira é o dia que eu começo a te amar pra sempre, mesmo quando o "pra sempre" só dura até sexta. Então te amo! Não se esqueça!

domingo, 5 de julho de 2009

Qui vas s'en occuper?



“Mais elle? Et le cafouillage de la sienne de vie... qui vas s'en occuper?” (O Fabuloso Destino de Amelie Poulan)


“E é também porque eu sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa.” (Clarice Lispector)

Sábado a noite decidi que não preciso de ninguém, pelo menos não de homem algum, sou sozinha, independente, não-carente, e feliz o suficiente para encontrar vários e não me apaixonar por nenhum, porque me basto. Daí então pego meu carro e vou em direção a festa, escutando minha musica, sozinha e completa.
É então que um imbecil bate no meu carro no meio do caminho, e pra minha surpresa foge sem sequer perguntar se estou bem, se não machuquei mesmo e se meu seguro pagaria tudo numa boa. Então estou ali no meio da rua, completamente sozinha e mais incompleta do que nunca, claro que um cara parou pra ajudar e até se ofereceu pra ir até a delegacia comigo, eu como sou muito independente disse que não precisava, que eu estava bem, afinal eu sei que não preciso nunca de ninguém. Mesmo assim ele foi, mesmo contra a minha vontade, e no final, eu de tão carente até dei um abraço apertado de agradecimento no cara e pensei “agora que to calma, vou ligar para alguém”, perdi a coragem, afinal deixa pra lá, me acostumei tanto a ser sozinha que talvez seja assim que todos me vejam, alguém que simplesmente não precisa.
Fui pra casa, chorando, injustiçada, com raiva, sozinha... completamente sozinha.
Ligo o computador e ali esta um amigo, que me acalma, brinca comigo, diz “segunda-feira eu vou com você resolver isso” e me manda uma música, linda e romântica, dizendo “esta é pra você”. Eu então faço o tipo de “eu sei o que você quer, e você não vai ter queridão” e ele sorri... ele sempre sorri e me segura quando caio, me irrita, me critica, me cobra dizendo que as vezes preciso demonstrar e fazê-lo sentir-se especial, mas está ali e isso é o que me basta pra ser mulher, pra ser incompleta, pra perceber que talvez eu realmente quero ter alguém pra ligar quando tudo der errado, que quero alguém pra pedir socorro.
Quando tudo dá errado é que eu percebo que talvez eu precise... que talvez eu queira!



“Nasci com um troço aqui que ninguém entenderia mesmo e que algumas músicas e filmes e livros e crianças e bichos e cores e madrugadas e bem cedinhos, às vezes, me trazem a tona pra mim e vivo num misto de egoísmo solitário pra caramba. Uma coisa que cabe o mundo todo mas que não preenche justamente por isso. E tudo bem. Estou sempre entre o conformismo em sentir tudo isso sozinha cada dia com menos impaciência e dor e a espera gigantesca cada dia maior. Mas aí algumas pessoas aparecem e me tiram daqui e me dizem e me provam que sentem tudo isso também e que é possível que eu saia da toca aceita e quentinha” (Tati Bernardi).

ps . E assim acaba meu sábado, sem inspiração alguma pra escrever sequer um bom texto, mas cheia de frases bonitas que outras pessoas escreveram e que poderia facilmente explicar o que sinto, caso eu fosse REALMENTE esta pessoa independente e completa!