terça-feira, 31 de março de 2009

O amanhã, definitivamente, não se sabe!


“Eu descobri que tentar não ser ingênua é a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteira não me dá medo porque ser inteira já é ser muito corajosa..." Tati Bernardi

E por ser ainda uma menina - e meninas não sabem diferenciar muito bem verdades de mentiras, então são sempre confusas – ela, às vezes, sentava-se na varanda a espera do menino chegar.
Depois da ultima surpresa, não colocou mais suas asas – elas voltaram ao baú, de onde só sairiam quando outro anjo (ou um menino também com asas de anjo) a viesse buscar, quando o outro também se arriscasse – afinal uma janela os separava e ele teria que escalá-la para chegar até a menina, ela não se arriscaria novamente, já havia se arriscado demais, aprenderá que para amar (ou voar) precisava-se de dois.
A varanda era o limite da sua aventura e o que restava de seu orgulho.
O esperar era de não saber, aquelas sabedorias que ninguém sabe, então não adianta perguntar, era como querer saber o que acontece depois que a gente morre: não há como saber e ninguém pode te contar, então não se faz nada a respeito, espera-se mas sem expectativa de nada. Parecia estranho aos outros, mas como eles também não sabiam ajudar, que aceitassem a verdade da menina.
Sem perceber, olhando através da janela, admirou-se ao ver que as flores mal cuidadas do outro lado da rua, do jardim feio, estavam novamente cheias de vida, soube então que o menino havia passado por ali. Talvez ele quisesse que a vista do jardim fosse um pouco mais bonita...
Ela não sabia se ele havia feito isso porque o jardim que os dois construíram (ele com o plantar das flores e ela com o regar do olhar) era especial para ele, ou se ele preferia pintar uma mentira com cores de rosas coloridas para enganá-la, ou ainda se era porque, por gostar da menina, ele queria que ela sorrisse todo dia ao acordar.
Como ela não sabia o motivo correto, ela sorriu!

“Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse pleno de tudo...” Clarice Lispector

Por uma verdade ao mundo das meninas!


“- ... e dai ele empurrou na areia e me chamou de cara de bosta de cachorro. - diz a menina chorando.
- Sabe por que ele fez isso com você? Porque ele gosta de você - responde estupidamente a mãe”

Mais ou menos assim que começa o filme “Ele não esta tão afim de você”.

Quando eu era criança minha mãe dava carona até a escola pra um menino da minha rua que eu odiava (ele era meu cunhado, sim, eu tinha um namorado aos 6 anos de idade e já odiava meu cunhado). O diabo do menino me irritava a ponto de eu chorar, e qual não era a desculpa da minha mãe “ele faz isso porque gosta de você” e então ela falava pro menino “você fica maltratando ela e daí quando você for em casa me pedir para namorá-la, quando for mais velho, eu não vou deixar” e ele me olhava com cara de nojo, respondia que nunca ia fazer isso e ponto final. Problema acabado.
Nãoooooooo!
Agora alguém é capaz de colocar na minha cabeça que os meninos que me maltratam na verdade NÃO GOSTAM DE MIM, que não devo namorar com alguém que me fez mal no passado porque as pessoas NÃO MUDAM, que eu não sou a cara de todas as moças bonitas que aparecem na televisão (como meu pai insistia), e que a chapeuzinho vermelho era apenas alguém que queria dar para o lobo mau?
Maldita infância que bagunça tudo na nossa vida, deveria ser totalmente proibido mentir às criancinhas, eu não mentirei. Quem sabe assim os problemas quando adulta será diminuído, Freud já dizia isso pô, que tal escutá-lo um pouquinho, minha gente!
O fato é que eu tava ali sentada pensando nisso, lembrando de que quando criança a gente apertava a mão das amiguinhas na hora do “salada mista” para beijar o menino que a gente gostava, e daí que eu escuto um dos meninos da mesa dizer que para eles não, nunca ninguém apertava a mão do outro porque TANTO FAZIA, era só uma brincadeira. Obvio não? Pra mim NÃO, eu sempre jurei que eles faziam o mesmo, que pensavam igual a gente e queriam nos seduzir deste jeito, mas não. Assim fui gongada de novo, bem no meio do meu pensamento romântico.
Daí que fiquei durante um bom tempo pensando, pensando, até que fui surpreendida por um outro menino perguntando “o que você tem que ficou bicuda de repente?”, ah ta agora pensar e ficar quieta quer dizer ficar bicuda? Que só somos interessantes e divertidas enquanto contamos piadas e fazemos massagens? e a delicadeza de se preocupar é algo que pertence apenas ao mundo feminino?
Ai eu desisto! Querem saber, que vão as favas: o menino do leste que vive sempre ocupado demais, o menino do carrossel que me fazia dormir e o menino do parquinho que me empurrou enquanto eu fazia um castelinho de areia. Vou é virar a chapeuzinho e procurar um lobo que seja interessante por aí, quem sabe assim pelo menos eu me aproveito da situação e ainda saio como vitima da historia e ponto final (mentira, foi apenas uma frase de efeito para terminar o texto fingindo que deixei de ser romântica).

"porque nós, mulheres, fazemos coisas insensatas e acreditamos em sinais, homens e propaganda de shampoo" Fernanda Mello

segunda-feira, 30 de março de 2009

Um dia de desencontros!



Hoje aqui, amanhã não se sabe
Vivo agora antes que o dia acabe
Neste instante, nunca é tarde
Mal começou e eu já estou com saudade (...)
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for"
(“Amanha não se sabe” Sergio Britto)


Então o mundo decide brincar de ponta cabeça, e eu fico irritada e angustiada. Não contigo que é bonito, forte e engraçado, mas com o mundo que teima em colocar a gente em lados opostos. Este mundo bobo que ignora minhas vontades e me faz ficar com dor de cabeça por ter meus pensamentos - aqueles de castelo de areia - todos apertadinhos lá dentro esperando impacientemente sair e virar realidade.

E eu que nem preciso de ti ainda, que não tenho saudade e que nem me importo onde tais... me vejo te procurando, disfarçadamente, porque vai que meu consciente percebe as besteiras que o amigo dele - o tal do subconsciente - teima em fazer?

Não tenho culpa e nem mistérios, apenas esta vontade idiota de sentir! Seja lá o que e como for! Desta vez escolhi você!

domingo, 29 de março de 2009

Seja você!



"Primeiramente devo dizer: a culpa não é de ninguém. Não me atirem pedras e nem queimem meus sutiãs, que me são tão raros, caros e meus." Fernanda Mello


Seja você!
É tão simples, não necessita grandes explicações e nem grandes desculpas, e no entanto gera tanta confusão. Quando você muda pra agradar uma pessoa ( faz tipo, faz joguinho...) você pode até conseguir o que almeja, mas até quando vai continuar fingindo pra si mesma? Até quando vai conseguir manter a pose de “nem me importo”?
Você só tem que descobrir quem és e fazer disso um rumo. Não estou falando em se definir como: sexy, fofa, divertida ou carinhosa, é mais que isso, descobrir o que realmente te faz bem.
Então eu digo, não me importo realmente de não estar casada daqui a 5 anos (como eu realmente gostaria) se este casamento não for pra ser verdadeiro, se não for para eu olhar meu marido e saber que não preciso de outro, que apesar de todos os defeitos do mundo amo ele deste jeito e pronto. Não quero um homem que tenha tudo planejado, que me ame das 18:35 até as 22:40 porque o resto do tempo dele esta planejado a coisas muito mais importantes que eu. Enfim, não quero um monte de coisa que não seja real.
Ali sentada, na ultima frase do filme no cinema eu percebi: Não tenho um tipo especifico, não sou uma personagem e não quero um personagem ao meu lado. Quero apenas sentir quem é este o cara e pronto, e que ele sinta o mesmo. Já aprendi que amar sozinha é total perda de tempo.
Não sei se estarei casada daqui 5 anos, se terei filho, se arrumarei um namorado no próximo mês ou nunca arrumarei, não sei mesmo se quero tudo isso, sabe porque? Porque DEPENDE, depende de como acordei hoje, de como me sinto agora, em qual país estarei daqui dois anos, ou ainda de como me sentirei depois das jujubas... depende de tudo, não adianta pensar nisso, é tudo uma grande besteira. Não adianta fazer tipo e pelo amor de Deus, não adianta ficar fingindo que não sente coisas que sente, ou pior ainda, ficar fingir sentir ou que não sente!
Sou intensa, quando gosto, gosto de verdade, gosto de ficar junto, gosto de rir, gosto de tirar sarro do cara pra ver a cara de bravo dele e depois dar um beijo que ele nunca mais se esqueça, não sei ser morna e definitivamente não quero alguém morno comigo. Também não quero alguém que faça eu me sentir um lixo, porque já aprendi minhas qualidades e sei que apesar de todos os tropeços, de todas as minhas caras de “foi sem querer”, eu realmente sei o valor que tenho e sinceramente, se fosse pra ter um namorado eu gostaria que ele fosse igualzinho a mim, poxa eu sou muito legal como namorada, ninguém mais que eu sabe disso.
Sem todos os excessos de egocentrismos, o que eu quero dizer é isso. Seja apenas você, nem mais nem menos. Se alguém não conseguir reparar todas as suas qualidades, o cara do lado reparará, não por ser melhor e nem pior ao outro, mas porque ele é o teu cara. Simples assim!
E se depois de você realmente ter achado o homem da tua vida, você descobrir que vocês pensam diferentes, que todo aquele castelo se desmoronou saiba o momento de fechar as cortinas e ir embora, as vezes fazer dar certo é apenas seguir em frente. A vida é uma só, não perca tempo com menos do que você merece, e seja feliz SENDO VOCÊ!


“Não está em mim fazer jogo, fazer tipo, esperar pra ver, ficar com gosto do beijo não dado, deixar a página em branco com medo de confessar. Ah, me poupe! Eu quero provar o inesperado, improvisar meu mundo, fazer festa sozinha, me enfeitar e me embebedar. De mim. Quero muito mais do que sou, quero tudo de nós dois, quero o agora e quero o depois.” Fernanda Mello

sábado, 28 de março de 2009

Ai ai ai!



“The little things you do to me are taking me over” Colbie Caillat

"Desculpem o trocadilho infame, mas a vida é feita de altos e baixos. Altos, fortes, morenos, sensuais, possíveis..."
Tati Bernardi


Todo marrento, cara de quem acabou de acordar, só anda em câmera lenta... e como quem não quer nada já chega dono do pedaço dando um abraço que me cobre inteira.
Eu finjo não ver o andar, tiro sarro da cara de mau e fico quietinha dentro do abraço pra que ele dure um monte de tempo.
Senta do meu lado e ri debochado fazendo careta. Tem como não se encantar? Tens um jeito doce de menino que quer ser homem que ninguém resiste, muito menos eu, mortal que sou!
E eu olho orgulhosa e entro na brincadeira, em qualquer brincadeira. A melhor de todas é aquela que vais chegando perto como quem não quer nada e de repente já ta tudo declarado, todo mundo já sabe e já percebeu, to toda encantada, daí então me abraça, fazendo carinho no meu cabelo e me beija na testa.
Então coloca minha cabeça no teu peito forte, me abraça e tudo fica calmo, somem os compromissos, as horas, as pessoas e eu fico em paz!

Nas horas que não o vejo fica aquela sensação maravilhosa de espera que me faz ficar ansiosa e de porvir que não me basta e de ficar vaidosa e procurar fotos pra lembrar e vídeos e músicas e sorrir e lembrar e eu não to apaixonada ainda mas é bom (entende?) e me encantar e esquecer de qualquer ponto ou frase ou necessidade de escrever bonito porque de bonito já basta nós dois e o nosso coração!
Enquanto espero por vê-lo de novo: ele vem andando em câmera lenta e eu durmo feliz!

“No travesseiro, meus pensamentos são seus” Fernanda Mello

Tá na moda e eu não sabia?



(ou, “porque as mulheres se contentam com tão pouco?”, ou ainda “antes de me criticarem, tentem entender minha angustia”)

O que tá acontecendo com o mundo feminino? Ou as mulheres estão aceitando menos que merecem por pura falta de auto-estima, ou os homens que conheci e/ou me relacionei passaram por uma mudança geral fisicamente e psicologicamente nos últimos meses e eu não percebi, ou então simplesmente todo mundo percebeu que metade do mundo é gay e se decidiu “tá, melhor segurar este aqui mesmo porque ta foda a situação”
Sabe aquele menino que um dia apareceu no teu MSN, que em menos de dois dias já estava planejando como seriam os filhos de vocês, o casamento, a vida cotidiana e tudo mais, então você olhou as fotos, pensou “ta, não é tão ruim” e decidiu conhecê-lo? Daí você o conhece e vê que o guri tem no máximo 1,40, usa calças que provavelmente teu pai usou na década de 70 e fica completamente perdido sem saber o que falar pessoalmente por que só sabia xavecá-la pela internet, e que provavelmente percebeu que você não o curtiu. Não sou tão ligada a aparência assim, mas o que quero dizer é que DEFINITIVAMENTE NÃO ROLOU QUIMICA ALGUMA. Você, claro, é educada e deu um jeito de dispensar o garoto, de maneira suave e sem deixar de ser educada e simpática, mas ele percebeu sem se chatear (que é o que interessa). Assim se passa algum tempo até você verificar que ele ta NAMORANDO, você não quis mas outra menina quis e parece estar muito feliz com ele, pelo menos o perfil “casada” deles mostra o quanto ela viu qualidades absurdas naquele menino. Não, a menina não é feia, muito pelo contrario, é absurdamente mais bonita que ele. Entende onde eu quero chegar?
Que fique claro: não senti ciúmes nem tãopouco inveja, definitivamente não queria aquele homem na minha vida, apenas o que não entendo é como as pessoas conseguem enxergar as qualidades onde eu vejo os defeitos? Obvio que não enxergo só os defeitos das pessoas, mas tem alguns detalhes que DEFINITIVAMENTE não dá. Sou implicante, isso concordo, quando me fixo em um detalhe só consigo prestar atenção nisso, daí então não há relacionamento que dure, e estes tais defeitos exageradamente ofuscante não cegam ninguém além de mim?
Mas voltando aos casos estranhos...
* Tem também aquele que tinha tique na perna, não sei se por nervosismo, sempre que nos encontrávamos ele começa a chacoalhar a perna me deixando extremamente irritada, mas por não ser uma coisa muito exagerada deixei pra lá, até que veio o piercing no peito e a necessidade implacável de falar apenas de si próprio durante as 2 horas de ligação diárias.... ok, basta dizer que esta namorando uma menina bem bonita, que parece estar completamente apaixonada por ele.
* Tem o que falava mole e parecia que ia morrer entre uma palavra e outra (namora uma menina mais velha e que parece ser muito bem sucedida),
* o que era extremamente infantil e só sabia falar das conquistas do pai dele, do dinheiro do pai dele, e de brinde ainda vinha cheio de amigos fúteis que disputavam quem “pega mais” na balada,
* o que já tinha ficado com a cidade inteira e se orgulhava disso (casado! Sim, CASADO),
* aquele que era exageradamente machista (o lado ruim do machismo) e parecia viver na década de 30 (estes dias vi foto do seu chá de cozinha, sim, ele também estava pagando os micos do chá de cozinha junto com a noiva),
* o gay (sim, mulher sabe quando um cara é gay, e teu namorado é gay, minha filha),
* o que perguntava quando eu iria buscá-lo pra gente poder jantar juntos (sim EU teria que ir buscá-lo e não ao contrário... parece que ele arrumou a carona que queria!),
* aquele que fez questão de ver quanto cada um tinha comido pra dividir a conta em partes honestas (não lembro, mas provavelmente eu devo ter pago mais),
* aquele que traia todas as namoradas e contava isso a todo mundo, com todo o orgulho possível (ouvi dizer que ele ainda também trai a namorada atual, mas fiquem tranqüilas, ela deve saber disso),
* o que roncava numa altura de acordar a cidade inteira (será que ela já dormiu ao lado dele?)
* o idiota que passava o telefone a todos os amigos, para falarem comigo e saberem que ele estava saindo COMIGO, como se eu fosse um troféuzinho...


Enfim, inúmeros casos, todos namorando, ou até mesmo casados. E elas parecem estar FELIZES!
Sinceramente, nenhum desses casos me trouxe nenhuma ponta de remorso quando o vi com outra pessoa, nem sequer um desejo de não ser assim tão crítica. Sei que se estivesse com eles hoje em dia, estaria completamente insatisfeita de ver o quanto mereço mais que isso. Mas alguém, por favor, me ajuda a entender como estas mulheres (que aparentemente são bonitas, inteligentes e gente boa) estão se sujeitando a ter tão pouco? Foi então, me fazendo esta pergunta, que me deu uma curiosidade imensa de saber qual é o defeito DELAS, sim, porque elas também então devem ter um defeito tão insuportável que fez com que aceitassem os defeitos do guri por pensar “tá, também tenho defeitos inaceitáveis”. (Estou longe de ser perfeita, que fique claro).
De qualquer jeito, não consegui entender, e por não entender preferi escrever, quem sabe assim lendo tudo isso aqui – e deixando de lado o meu lado explicitamente critico (sem falar mal disso no meu próprio texto, por favor, vocês não conhecem estes homens, senão me dariam razão, vão por mim) - alguém tenha alguma explicação racional sobre tudo isso.
Fica o pedido, COMENTEM! Há uma necessidade de explicação para saciar minha curiosidade! Fingir que não vê os defeitos, mas ter um namorado ao lado tá na moda e eu não sabia? “A bela e a fera” e “Shrek” mudaram as gerações? Só eu vejo tudo isso?


ps, antes que me venham com o tradicional “o amor é cego” pensemos que há uma atração física antes do amor. Além disso, não estou falando aqui de aparência simplesmente, estou falando de comportamento, comportamentos que irritariam qualquer tipo de mulher e, no entanto não irritam estas! Pronto, agora podem falar suas impressões!


"Imaginei sua mulher, que era linda e agradável de imaginar, lendo um livro com fones de ouvido enquanto ele e seus amigos animalescos destruíam a sala vendo o jogo do Flamengo. Amar era simples. Por que raios aquilo me irritava tanto? Por que raios eu não pegava um livro, botava o fone, e era feliz? Era só um jogo, eram só alguns amigos meio bobos que daqui a pouco iriam embora. Era só uma corneta com auto-falante, maconha e cigarro brigando pra ver quem fazia meu nariz cair primeiro." Tati Bernardi (ela sim, tenho certeza que me entenderia.)

O menino do parquinho!


“Já sonhei nossa roda gigante esconde-esconde em você
Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar histórias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã” (T.M)

Manhã. Ela acorda, se arruma e caminha pro parquinho. “Não, nada de parques grandes pra ficar confusa nos brinquedos, quero alguma coisa que seja minha, que seja calma, que seja eu hoje” – pensou a menina dirigindo-se ao parquinho da praça no fim da rua da casa dela.
Lá chegando, sentou no pequeno balanço do meio, segurou-se nas gradinhas e ficou ali com os pés encostados no chão brincando de se balançar bem de leve, como se estivesse triste, mas não estava, só estava respirando um pouco da brisa suave da manhãzinha e pensando um pouquinho, em nada, só pensando (porque tem vezes que a gente nem pensa em nada quando estamos pensando!).
Outras crianças começavam a entrar no parquinho, agitadas, querendo brincar em tudo, a menina só pensava “tomara que não me vejam, quero ficar aqui quietinha com os pensamentos de vazio” e ficou ali olhando pro nada, séria, mas não triste.
Um menino bonito se aproximou do balanço, e sem falar nada sentou do lado do balanço dela. Ele, igualmente, sentou-se e ficou ali pensando (talvez em nada como ela). Ela achou então que eles podiam ser iguais, sorriu sozinha, ele também sorriu.
O menino lentamente começou a empurrar seu próprio balanço, ela também. Como se os dois fizessem um pacto de brincar sem combinar, como se eles não quisessem que o outro percebesse que fazia bem aos dois brincarem. Sem ter um porque, começaram a se balançar cada vez mais forte, como uma disputa, mas disputas daquelas que faz os dois competidores ficarem felizes porque não há premio a não ser o de brincar.
Mais forte, mais forte, mais forte, e eles começavam a rir juntos, a gargalhar... e eles que tão pouco se conheciam começavam a descobrir que para se estar juntos precisa antes de tudo sorrir, “que se não for pra se divertir e querer ficar do lado, melhor era ter brincado de fazer castelo na areia do parquinho sozinha” (pensou ela bem depois da brincadeira, a tarde, quando lembrou). E em meio a gargalhadas os dois saltaram juntos do balanço, sem calcular o perigo do gesto e caíram os dois sentados de bunda na areia do parquinho, e riram juntos de si mesmo, e um do outro, durante muito tempo.
Ela então levantou-se olhando pra ele com olhar convidativo (não queria estragar a cumplicidade que existe no olhar, as palavras falam de mais) e foi lentamente para o gira-gira, sentou-se na esperança de ele sentar ao lado dela. Qual não foi a surpresa quando o menino ao invés de sentar começou a girá-la, ele queria que ela se sentisse querida, se preocupava com não colocar muita força no girar e nem tão pouco deixar o brinquedo muito lento, queria adivinhar qual era o gosto da menina, ela então se comoveu pela atenção dele, pela atenção simples e gentil dele.
Com olhar de sorriso a menina parou o brinquedo e fez gesto para que ele se sentasse ao lado dela, ele sentou-se, e ela então começou a girar o brinquedo empurrando seus pés, ele então entendeu que não precisava sempre cuidar dela sozinho, que as vezes quando as pessoas se gostam elas querem cuidar juntas. Eles ainda não se gostavam, porque se conheciam há pouco tempo, mas ela sabia que quando as pessoas olham com olhar puro merecem ser gostadas, e ele olhava assim.
Desta maneira, eles brincaram juntos, sem disputa, durante um bom tempo. Não era brincadeira de o coração sair do peito por bater tão forte e nem era aquelas brincadeiras sem emoção, era uma brincadeira que fazia bem pro coração, que fazia sorrir, que a menina precisava brincar.
E aquela sensação boa permaneceu durante muito tempo, e pelo jeito ainda ia permanecer. A menina só conseguia pensar que sorte grande ela tinha de ter um parquinho bem perto da casa dela, assim poderia ir brincar lá sempre que quisesse, não precisava de grandes passeios para ir à grandes parques, sendo que aquele lá a fazia tão feliz. E o menino, o menino estava sempre por ali, ela já tinha o visto antes, e agora eles eram amigos.
Ah... e o sorriso de paz... continua no rosto da menina!

“Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor
Nosso canto será o mais bonito Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito que a natureza mostrou
A gente é tão pequeno, gigante no coração
Quando a noite traz sereno a gente dorme num só colchão” (T.M)

quinta-feira, 26 de março de 2009

"Precisa de dois"


- Pra que tanto orgulho se o destino é a morte? – eu disse tentando convencê-lo de algo que ele já havia decidido.
- Não é orgulho, é que tem coisas que não se jogam foram, tem coisas que não se faz... e ela fez isso, o que ela fez hoje não tem sentido. – disse aquele que eu admirava pela consciência precisa e racional
- Mas pensa bem... e se ela morresse amanhã?
- Eu ia no enterro.
- E se você soubesse que ela ia morrer amanhã?
- Eu ia lá falar tchau.
(meus olhos encheram então de lágrima por ver que esta resposta era tão obvia, e não era por ser resposta de homem sincero, era resposta de quem sabe o que quer da vida, era daquelas respostas que são diferentes quando são ditas em filme)
- Mas no amor sempre tem um que ama mais, alguém sempre tem que ceder para que o relacionamento aconteça. Você tem que tentar até chegar no fundo do sentimento, pra saber que não teria como, não? – tentei eu, apelando pro sentimentalismo barato.
- O que você não entende Fernanda é que pra se ter um relacionamento se precisa de dois. Você não entende destas coisas muito bem, mas te digo que quando a coisa é verdadeira mesmo, você gosta até dos defeitos, você gosta das manias bestas da pessoa, do cheiro, da chatice, da cara de mau humor. Você gosta de tudo, mas pra dar certo você precisa de dois.
(e foi então que eu esqueci o drama que o moço triste tava passando e só me lembrava do meu próprio drama, e por vontade de chorar e receio de que ele reparasse que eu não chorava por ele, eu decidi encerrar a conversa e escrever, quem sabe assim as sabias palavras ditas pelo moço triste ficaria registradas por um bom tempo.
E que o moço triste volte a sorrir, e que encontre um novo amor... e que eu encontre também.)

Na velhice.


Na velhice

Sanduíche,
Segredo,
Sorvete,
Sábado,
Sonho,
Série,
Surra,
Saudade.
Sol,
Suor,
Sexo,
Sorte,
Sabor,
Saliva,
Sedução,
Sentimento,
Saudade.
Sacramento,
Segurança,
Sabedoria,
Semana,
Saúde,
Saudade.
.
Silêncio.
.
Silêncio.
.
Solidão.
.
Saudade.

(ps. Texto produzido como trabalho da disciplina "Produção de Textos" na faculdade)

quarta-feira, 25 de março de 2009

É o que basta!


"E lembro da primeira vez que eu te vi e te achei meio feio, vesgo, estranho. Até que você me suspendeu no ar por razão nenhuma eu tive certeza que meu filho nasceria um pouco feio, vesgo e estranho." (Tati Bernardi)


Por hoje é o que basta, outro dia escrevo uma mentira qualquer para desmentir esta verdade estúpida.


As vezes o que importa de verdade não é o que você sente, mas sim o que você pensa a respeito daquilo que você sente. Assim, pelo menos, corre-se menos risco de você se sentir ingenua demais.


Hoje a sinceridade excessiva me deixou um pouco zonza, com pensamentos que se cruzam, se separam e viram um nó dentro da minha razão, melhor deixa-los todos aqui dentro de mim. Existem pensamentos que são sinceros demais, e são dificeis de falá-los em voz alta (e no entanto quando percebemos estamos falando).


Enfim, por hoje, é o que basta!

terça-feira, 24 de março de 2009

Coisas da faculdade...



“Ele não faz muito pela minha angústia existencial, até por não saber. E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: me deixar leve.” (Tati Bernardi)

Na adolescência eu era o típico patinho feio, não me arrumava, não me maquiava, não beijava ninguém. Além disso era extremamente responsável e estudiosa, sempre sendo a melhor aluna e aquela que começou a trabalhar primeiro porque queria ter seu próprio dinheiro.
Meninos pra mim era assunto desnecessário, coisas pra se pensar mais tarde. Matar aula jamais, o que eu faria se não fosse a preferida dos professores? Só de pensar em não ser a queridinha já me trazia lágrimas durante uma aula inteira. Mas era boa menina, eu era até um pouco engraçada, gostava de fazer piada e de brincar com as meninas. Preferia conversar sobre amenidades a falar de guris, sempre fui a que escutava, escutava, escutava e dava conselhos, quando me perguntavam dava um jeito de esquivar dizendo: ”ah, eu não gosto de nenhum menino, quando gostar eu conto pra vocês”, e eu nunca contava.
Mas eu sabia dar conselhos, porque lia todos os livros sobre psicologia, sobre relacionamentos e sobre tudo isso. Sempre fui ótima conselheira, não podia dar exemplos práticos, mas estes exemplos também são escritos nos livros, então eu citava.
Pois bem, sendo assim cresci sabendo exatamente como é um homem ideal para se relacionar, como você tem que ser uma mulher ideal, uma esposa ideal, uma profissional ideal, uma universitária ideal. Sim, eu sei! E se querem saber, em nenhum destes livros que explicava tudo isso, dava garantia que tudo isso traria felicidade.
Sabem por que? Porque não é politicamente correto escrever nos livros que matar aquela aula maçante na faculdade e ficar conversando na cantina sobre “formas de abrir uma empresa que venda garrafas de água personalizadas” pode ser a melhor coisa do teu dia. Ninguém explica que beijar alguém proibido escondido faz teu coração bater mais forte e rende algumas risadas depois do sentimento de culpa passar. Que chorar alto e soluçando no meio de um monte de gente que você nunca viu na vida não é vergonhoso. Que falar “eu te amo” não tem que ser uma vez na vida, e que você não é responsável pelo fato da pessoa ter acredito e você ter mudado de idéia no outro dia. Ninguém fala o quanto é bom flertar com aquele menino que enquanto você tava se formando no terceiro colegial ele tava brincando de pega-pega na sétima serie, mas oras bolas, agora ele cresceu e foda-se se ele é imaturo, ele te faz gargalhar e beija bem, isso basta não? A mim sim! Pois é...estas coisas você só vai aprender na faculdade!
Então é isso, de repente olhei pro meu passado e pensei “puta merda, você não fez nada de interessante, hein?” e resolvi então me permitir não ser a melhor em tudo, não fazer o que não quero e não preciso, jogar truco ao invés de anotar as matérias... ah, e jogar um charme especial pra aquele menino que dispensei tempos atrás por achar que ele não era bom o suficiente pra entender como se trata uma mulher. Eu sou uma mulher (ciente de minhas responsabilidades) e ele é um garoto lindo que me da um abraço bem quentinho quando tudo é frio. E ele me vê sentada sozinha, pensando em como mudar o mundo, então chega, puxa uma cadeira, senta do meu lado como quem é o dono do pedaço, faz uma piada, propõe um assunto que não vai nos levar a lugar algum, e vejam só: me deixa acompanhada e sorrindo... Então me vejo no outro dia sentada, sozinha, com uma cadeira ao lado, esperando a hora que ele chega e invade meus pensamentos... me vejo com 15 anos, os 15 anos que eu deveria ter tido!
E pras pessoas que condenam estas atitudes da “juventude sem responsabilidade” eu lhes digo: podem pegar de presente o Sr. Adulto que me enchia de segurança e de regras, pegue também todos os meus A’s tirados na faculdade e coloquem num quadro bem bonito, se for do agrado também podem dormir no meu quarto bem arrumadinho e pegar carona com meu motorista que sempre acha que dita os meus horários. Porque, pelo menos por hoje, eu to mais preocupada em fazer o que dá na minha cabeça, no que faz meu coração bater mais forte e no que transforma meu sorriso tímido em gargalhada!

"Eu queria, de verdade, colocar dentro de um saco as três perguntas "Por quê?", "Pra quê?" e "Até quando?" e pedir para uma criança bem fofa, bem pura e bem feliz fazer aquela brincadeira de encher, encher, encher, até estourar." Tati Bernardi

segunda-feira, 23 de março de 2009

Não nasci pra ter paixão morna!



“Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar.” – Tati Bernardi

"Se não quiser parecer um idiota, não merece se apaixonar." (De Repente é Amor)

Você me chama de linda, me trata com uma boneca de porcelana, abre a porta do carro, é respeitoso, não fala alto, não fala palavrão, não gosta de futebol e adora ser bem servido num chique restaurante, que, não importando o valor do conforto, lhe sirva um bom prato para satisfazer teu fino paladar. Você já viajou o mundo, tem muito pra me ensinar, me convida a todos os grandes eventos, me apresenta tua mãe, teus amigos, tua avó, teu papagaio... e ME MATA DE TÉDIO! É enquanto eu bocejava, acho que não ficou muito claro este meu segredo: Não nasci pra ter paixão morna!
Pelo amor de Deus, onde estão aquelas pessoas que tem sabor de imperfeição, mas que, pra compensar, vem de brinde uma boa dose extra de paixão? Alguém me mostra uma pessoa que não vai calcular todo o meu fim de semana na segunda-feira... alguém que seja capaz de ousar, de fugir da linha, de viajar sem destino, de me ligar pra escutar minha voz e desligar sem nem dizer tchau. Daí, é claro, eu vou reclamar, vou reclamar que estou sem direção, que está tudo indo rápido demais, que ele me ama tanto que eu até desconfio deste amor. Que ele me entope de carinhos, que ele some, que me deixa louca e depois vem com uma boa desculpa e um beijo de me tirar o fôlego. Daí então vou falar que perdi a razão, que estou sendo impulsiva demais, que não estou tendo tempo pra entender... eu sei, eu vou reclamar do mesmo jeito, demais e a todo momento, mas por motivos diferentes, por motivos que eu gosto de reclamar.
Sei: sou imatura, infantil, insegura e diabo a quatro... e sou mandona: se eu te querer hoje eu quero que você me queira HOJE, se eu te pedir pra ir embora amanhã, daí então eu quero que você diga que eu sou uma burra e que você sabe o que é melhor pra mim, se eu fugir quero que me encontre e que saiba, por favor, que EU NÃO TENHO SEMPRE A RAZÃO, que você pode me contestar, brigar, falar alto... Daí então, vamos discutir, você vai me matar de raiva e eu vou chorar, daí então você fica com pena e me da um abraço e fala que mesmo eu sendo esta insuportável que sempre acha que está certa, você me ama, e eu vou sorrir e vamos fazer amor. Pronto, simples. No outro dia, se quiseres podes me trazer café na cama, ou então a gente levanta, toma banho juntos e vamos numa padaria comer um monte de porcaria, depois a gente malha junto pra compensar, ou não!
De preferência não venha com hora marcada, pode até se atrasar se quiser, assim fico me produzindo cada vez mais, só não se esqueça de falar o quanto fiquei linda naquele vestido novo. Ah, e venha bonito, não me apareça com calça desbotada ou com a barba por fazer, se eu quero ficar linda para ti eu quero que fiques lindo para mim... e se você tiver tão lindo que me faça morrer de ciúmes por aquela menina linda estar te olhando, daí você só me olha e diz que sou uma boba, que fico linda quando fico bravinha e que só eu vou ter o azar, de pra sempre, te ter... que não preciso me preocupar! E então vamos dançar, beber, comemorar... comemorar por eu ter achado alguém que faz meu coração bater forte, leve, rápido e lento tudo ao mesmo tempo, tudo AGORA!

Amar grande é gastar reservas e ainda assim ter coragem pra dar o que não se tem. Amar grande é ter vertigem no chão, mas sentir um chamado pra voar. Amar grande é essa fome enjoada ou esse enjôo faminto. É o soco do bem na barriga. É mostrar os dentes pra se defender mas acaba em sorriso” – Tati Bernardi

Ps. Sinto até vergonha de escrever, escrever, escrever e não chegar nem aos pés das escritoras que aqui coloco as citações. Elas em uma frase dizem tudo e muito melhor sobre o que eu sinto do que eu mesma, pois, me enrolo, me confundo, me contradigo e não saio do lugar. Enfim, um dia ainda chego lá!

domingo, 22 de março de 2009

Auto-psicologia barata!




“É fácil não ter medo de altura quando se vive subterraneamente.” (Tati Bernardi)


Tenho manias idiotas, a pior delas é achar que consigo me auto analisar. Como na infância lia livros de Freud acredito que posso muito bem entender o que se passa comigo sem precisar de psicóloga, terapeuta, psicanalista e diabo a quatro. Hoje foi um dia desses que acordei psicóloga. Sentei na cama e fiquei tentando entender, tentando me entender.
Ok! Você ama este cara, né? Isso já faz o que... uns 5 anos... hmmm tempo o suficiente pra você sacar que se ainda não esta com uma aliança nos dedos você tem um problema, certo? Não digo nem que tenha que ter uma aliança dele, mas já é tempo o suficiente pra ter continuado a sua vida e estar com uma aliança de qualquer outro cara que você começou a gostar por perceber que a vida não pára em um “talvez” de um idiota qualquer... Você, certamente já percebeu que ficar esperando por alguém que não sabe nem o que quer pra vida não vai te levar a lugar algum?
Não? Então pelo menos você já percebeu que o então “homem da tua vida” talvez saiba o que quer da vida, e a resposta é qualquer coisa que não te inclua?
Não também?
É, então temos realmente um problema, querida!
Eu sei que você não esta sempre sozinha, que tem outros caras que aparecem na tua vida, mas também sei, dona noiva em fuga, que você é a primeira a escapar de qualquer coisa que cheire compromisso, que é sempre a que fala que “está tudo errado”, que não sabe ainda se gosta da pessoa, que reclama que está tudo indo rápido demais, que dá mancada, que termina...
Agora fica a pergunta, você não quer nada de compromisso com ninguém porque espera o Sr Indeciso se decidir, ou espera o Sr Indeciso se decidir exatamente por que tem medo de ter algum compromisso com alguém?
Daí neste instante eu parei um pouco para refletir sobre o que a “eu-psicóloga” havia me dito... Queres dizer então que talvez amar este homem seja apenas uma desculpa pra eu me proteger? Que posso ser uma besta medrosa, então fico encantada por alguém que sei que nunca vai me fazer mal por que nunca vai chegar perto? Calma ai, por acaso tais falando que eu sou pateticamente insegura e medrosa?
“Sim” foi o que ela disse. Pensei eu: tem verdades que as pessoas deveriam pensar duas vezes antes de falar, principalmente quando é a gente mesmo que diz.
Qual não foi meu pensamento, a não ser ligar para aquele cara que só esta esperando um sim meu pra tentar me fazer a pessoa mais feliz do mundo. Com o telefone na mão... parei! Então me veio a famosa frase “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” ou como escutei estes dias “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que CULTIVAS” de qualquer jeito, aquilo só me fazia ver o quanto seria egoísta e irresponsável.
Não sei se por medo ou por responsabilidade, eu deixei tudo como está.
Parece que a menina que perde tempo demais se auto diagnosticando não tem tempo para ser amada!
Conclusão da análise: 1.Preciso te esquecer, por tudo que há de bom em mim, preciso te esquecer. 2.Preciso pensar mais em mim, querer me fazer bem. 3. Preciso não me envolver com ninguém até que esteja certa do que eu quero. 4. Preciso deixar que aquele cara que quer me fazer bem se aproxime por que vou me apaixonar por ele. 5. Não posso me apaixonar por alguém que não sou apaixonada. 6. O amor pode e deve ser cultivado aos poucos. 7. Sou uma péssima psicóloga!


"Você nunca precisa de ninguém para te proteger porque você não deixa ninguém chegar perto o suficiente de você para te machucar." (Paixão de Aluguel)

sábado, 21 de março de 2009

A menina e a montanha russa!


"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... "

Ela levantou-se, atrasada, foi correndo colocar sua “roupa de festa”, o melhor vestido, aquele que tinha comprado só para os grandes eventos. Quando a viram todos exclamaram “Mas pra que tanta produção, só pra ir num parque de diversões?”, o que as pessoas não conseguiam entender é que fazia muito tempo que ela não ia à montanha russa, sempre ia aos parques de diversões, mas em nenhum tinha a montanha russa que ela tanto amava.
Antes de sair a menina sentou-se um pouco no banco de balanço em frente à casa dela. Ela precisava sentar pra poder acalmar um pouco o coração, que batia tão rápido que ela sentia que talvez ele saísse pelo estomago. Quando ela sentou, ficou pensando um pouco sobre as outras vezes que havia estado naquele brinquedo. Pelo seu sorriso, dava pra notar o quanto a fazia bem lembrar a sensação do brinquedo. Por um instante seu sorriso se desfez, o olhar ficou mirando para baixo, pensativa. Com certeza se lembrará que tinha vertigem cada vez que olhava a montanha russa funcionando de perto.
Tem brinquedos que parecem ter vida própria, por mais que você goste de brincar com ele, ele não faz muita questão de ser seu amigo, assim como aquelas bonecas de hoje em dia, que falam sozinha e parecem que são pessoas de verdade. Aquela montanha russa era exatamente assim à menina. Não se sabe se era pela menina esperar tanto da montanha russa ao ponto de ser o primeiro brinquedo que ela procurava ou se pelo fato da montanha russa não ser boa amiga mesmo... tem coisas que a menina não sabia explicar. O fato é que sempre que ela corria em direção à montanha russa, tinha vertigem, mesmo assim entrava, sentava, brincava e depois passava mal e não tinha vontade de ir em mais nenhum brinquedo ("Amar grande é ter vertigem no chão mas sentir um chamado pra voar" - Tati Bernardi).
A menina pensará tanto, preparará tanto o coração que quase acabou ficando pra trás na hora de partir ao parque, abandonou um poucos as boas e as más recordações e foi correndo sem pensar duas vezes. No caminho imaginava como seria, pensava, fazia planos, esperava, e caminho que nunca chegava. A menina estava impaciente.
Chegaram, ela correu em direção aquela coisa amarela e imensa no fim do parque, não pensava em nada e nem em ninguém, queria era chegar logo e ver aquela imensidão toda em sua frente. Chegou, surpresa: a montanha russa estava fechada, sem nenhuma explicação naquele dia aquele brinquedo não funcionaria.
Ela olhou, sentou e ficou ali durante algum tempo, pensando. Não ficou triste, porque sabia que aquela montanha russa a faria ter vertigens se tivesse funcionando, não ficou contente porque preferia ter vertigens a não brincar. Então ela simplesmente ficou. Por não saber o que sentir, por não saber odiar aquele brinquedo, por ter esperado tanto do brinquedo, por saber que não existia nenhum tratado obrigando o brinquedo estar funcionando... ela levantou-se e pediu para ir embora. Sem explicação, sem choro, sem saber.... Foi embora sem perceber o quanto o carrossel estava iluminado naquele dia, e com a única certeza que “tristeza nem saudade matam”!

"- Não faz mal, eu vou matar ele.
- Que é isso, menino, matares teu pai?
- Vou, sim. Eu até que já comecei. Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.
- Que cabecinha imaginosa que tu tens."

sexta-feira, 20 de março de 2009

Até amanhã!


“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.” – Clarice Lispector

Um ano em menos de 24 horas. Posso gritar de felicidade já ou espero mais um pouco?
Não, nada de expectativas... Expectativas sempre me fazem acreditar que meu presente podia ter sido um pouco maior, de aparência mais bonita, ou um pouco mais caro. Não, desta vez não, quero apenas que este presente venha embrulhado numa caixa resistente (e se possível que tenha um laço).
Mas de repente meu pensamento cria asas e voa sozinho. Vai em direção: ao perfume que quero que estejas usando, aos carinhos que sinto falta, ao sorriso de qualquer coisa besta que eu tenha dito, às frases carinhosas meio tortas que só a gente sabia falar, às gírias inventadas e copiadas, aos beijos, aos abraços, às promessas.... e pronto, sou a velha romântica, platônica e irracional de outrora.
Coração na boca, ansiedade, aperto no estomago e sua foto na mão!
Ai que droga viu, eu queria conseguir escrever uma coisa bem bonita que descrevesse todo este amontoado de sentimento bom que tenho aqui dentro de mim, assim eu poderia ler quando eu quisesse, e sentiria o mesmo que sinto agora, mas é impossível dizer estas coisas com palavras (literatura besta esta que se mostra limitada no momento em que mais precisamos dela), sendo assim só consigo escrever o que uma garota de 10 anos escreveria em seu diário: Palavras simples e sinceras!
Que bom! Sinto uma inspiração estranha, ela não pede palavras bonitas. Não posso gastar palavras para contar o que sinto pra ninguém, nem mesmo a ti, porque quero guardar todas as coisas bonitas que guardo em mim para te dar de presente. Tudo o que há em mim de bonito, é bonito só para te dar de presente!
Será que terá estrelas? Terá chuva ou sol? Dia ou noite? Claro ou escuro? Fechado ou aberto? Dentro ou fora? Lágrima ou sorriso? Você e eu ou Eu e você? Será que teremos um Nós?
E eu só queria que meu coração parasse de dançar tango um pouco para que eu pelo menos conseguisse dormir!
Ufa, e até amanhã!


“Que medo alegre, o de te esperar.” – Clarice Lispector

quinta-feira, 19 de março de 2009

Recordando uma despedida!


“Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
Me vem logo aquele cheiro,
que passa de você pra mim
num fluxo perfeito”
(Equalize – Pitty)


“Agora é tarde demais” disse ela com os olhos fechados de quem pede um beijo.
Ele não a beijou, não percebeu que as vezes o corpo fala mais que as palavras, que o que se fala, em muitos casos, é exatamente o oposto do que se quer dizer.
Por alguns momentos olhando-a, ele sentiu o fato de não ser mais amado por aquela que nunca o deixaria de amar.
Ela o amava, naquele instante, ainda mais que toda a vida, talvez pelo fato de teu coração ter dançado um tango a espera do beijo que não veio.
Ele partiu triste, ela o acompanhou com seu olhar, cada passo, como se olhar pudesse dizer adeus.
Acompanhou-o até que não o podia ver mais. A garganta, a lágrima, o olhar, a imobilidade... tudo ali mostrava o quanto ela era forte e orgulhosa demais para assumir seu amor.
Ela correu na direção dele, mas ele já havia ido.
Eles sabiam que aquilo não tinha acabado.
Eles tinham música, tinham historias, tinham carinho, tinham lembranças... e tinham uma vida inteira para o reencontro.

"Acho que a gente passou mais tempo se despedindo do que ficando junto..." (Albergue espanhol)

"E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento" - Tati Bernardi

sexta-feira, 13 de março de 2009

Aos garotos da minha vida...


"Ás vezes, quando a gente perde, a gente ganha"
(Amor Além da Vida)


Prezados GAROTOS da minha vida,

Venho através desta, carinhosamente, agradecer por todos os carinhos não retribuídos, pelos momentos a dois que viraram “momentos a um”, por todas as crises de ciúmes idiotas e provocadas, e por terem me deixado passar frio algumas vezes.
Aproveito ainda para agradecer por terem me dado a liberdade de provar a emancipação feminina tantas vezes, como abrindo minha própria porta do carro sozinha (acredito realmente que isso foi uma prova de confiança na minha destreza espetacular), por terem me esquecido naquele compromisso marcado, não atendido às minhas ligações ou ter mentido sobre qualquer situação desnecessária.
Gostaria de comunicá-los que todas estas coisas me fizeram chorar algumas vezes, em outras me deram inspiração e em outras apenas um desejo imensurável de planejar a sua morte (coisa que não fiz!)
Sei que algumas destas atitudes não foram refletidas, pelo simples motivo que vossas senhorias estavam ocupados demais pensando sobre como finalizar aquele jogo de vídeo-game ou ainda por estarem incomodados excessivamente com o resultado desfavorável do futebol. Alias aproveito para agradecer as vezes que me permitiram ter o privilegio de sair com todos os teus amigos para comemorar a grande vitoria do teu, do nosso, time do coração.
Enfatizo ainda que realmente achava justa e necessária todas as suas crises de identidade, não sabendo quem és, que profissão seguir e se deveria estudar ou continuar sendo um pleno ignorante. Acredito que foi muito importante à nossa ligação espiritual todos os momentos que passei prestando meus tão renomados serviços psicanalíticos aos senhores, pois, alem de tudo, pude exercitar esta profissão alternativa.
Antes que me esqueça, vocês me fizeram perceber, alem de tudo, dados interessantíssimos sobre saúde humana, como, por exemplo, o fato de que ao dormir a maioria das pessoas roncam a tal ponto e altura de não deixar quem está ao lado conseguir dormir também, pessoa esta que vocês estavam cansados demais (por causa de toda performance exercitada em frente ao espelho anteriormente) para se preocupar se estava viva, bem ou dormindo.
Por todas estas coisas, dedico este meu precioso tempo a pronunciar-lhes estas singelas palavras. Graças às benfeitorias acima descritas os senhores me propiciaram hoje ter uma vida plenamente feliz, por aprender com os erros (os de vocês, obviamente) e perceber o exato momento em que me encontro com um ser de suas espécie.
Aproveito, ainda, para comunicar que alguns homens originalmente da mesma espécie que vocês, os quais hoje em dia prefiro me relacionar, já se disciplinaram a nível de exercer atividades contrarias as supra citadas, incentivo que para conservar-vos em grupo restrito e fechado vossas senhorias se organizem em alguma sociedade, e para facilitar o trabalho de mulheres de verdade apoio a idéia de que criem alguma marca registrada na testa dos membros desta sociedade, assim como bois.
E do alto da minha consciência e do meu salto alto, finalizo com meu apreço e os mais sinceros votos de que a balada seja excepcional e que vocês atinjam o recorde de quantidade das futuras insatisfeitas aos pés de vocês.

Com carinho e agradecimento extremo,

Uma mulher que vocês TINHAM na lista de contatos.
.
.
.
"I really hope
When you hear this song
That you're happy
With someone new
I found a love I can call my own
And I owe it in part to you
Don't you know that you seem
Just a little crazy
You had my trust and intimacy
But you threw it away just threw it away
And now it's all in the past
When I think about youI just laugh
My friends must have thought
I was high to have given so much
To someone not worth my time"
( "Did I Do That?" Mariah Carey)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Indignação, irritação e um pouquinho de burrice!


"História escrita a lápis, lápis-borracha para tudo ser mais prático. Escrita de qualquer jeito, torta, em linhas invisíveis. Com um início de perder o fôlego, mas com um eterno três pontinhos num final que nem existe.
Os três pontinhos são o que me matam, ponto final seria a dureza clara e o fim da história, três pontinhos são o que me matam."
Tati Bernardi

Fico me perguntando, o que leva um ser humano se dar ao trabalho de plantar flores num jardim inteiro se não for para regá-las depois? Se não for para deixá-las bonitas?
Escrevo então sobre a minha indignação: este senhor de nome Menino do Leste, veio lá de longe, invadiu minha rua e plantou bem em frente a minha casa um grande jardim com flores, o que a principio achei uma ótima idéia (deixaria minha rua mais perfumada e minha vista mais bonita), no entanto, tudo que ele fez foi plantar e não cuidar. O que aconteceu foi que agora abro a minha janela e vejo flores murchas, secas e elas fedem. Não há como não se irritar e ter um péssimo dia cada vez que abro a minha janela.
Por sorte um tal moço ai deixa todos os dias em minha varanda uma flor, portanto fico contente quando abro a janela, mas é impossível continuar feliz vendo que o outro senhor devastou toda a minha rua.
E digo mais, por causa deste tal Menino, hoje acordei irritada, sem inspiração alguma, sem vergonha na cara porque ainda estou perdendo meu tempo escrevendo sobre ele, e com certeza acordei também muito da BURRA porque não sou capaz de me contentar simplesmente com as flores em minha varanda e fico toda hora esticando meu pescoço para ver se o tal Menino já veio regar as flores.

ps. e se querem saber, aqueles três pontinhos alinhados da nossa história não são reticências, são TRÊS PONTOS FINAIS! Quando meu coraçao entender o que minha cabeça ja entendeu, eu volto para contar a sensação de não ter coraçao burro!

"Tenho até vergonha. Nem eu suporto mais gostar de você. E olha que nem gosto."
Tati Bernardi

domingo, 8 de março de 2009

Então tá!


"Se acha que ainda não houve tempo suficiente para ele notá-la, pegue o tempo que você levou para notar esse homem e divida por dois." (Greg Behrendt)


Já tem alguns dias que abro minha janela e encontro flores na varanda. Aquelas flores não pertencem ao meu jardim e nem a varanda, vieram trazidas por alguém, por um moço. Todos os dias quando as vejo, recolho e coloco na água para que durem pelo menos até o próximo dia, com a certeza de que outras virão.
Este moço me entrega as flores e escreve no cartão se eu aceito um passeio ao teu lado. Eu, como boa menina, sempre sorria ao pegar as flores, mas continuava guardando o cartãozinho e colocando a flor na água, quanto ao convite eu pensava “talvez amanhã”.
O amanha veio ontem. O moço veio me buscar com um sorriso no rosto e uma carruagem. Este moço me levou pra passear por vários lugares bonitos, fez questão de me apresentar a todos que encontrava, estava feliz ao meu lado. Eu que sou apenas uma menina sorria por achar que ele me confundira com alguma princesa.
Eu não o conhecia e, no entanto, parecia que o conhecia tanto ao ponto de não querer impressionar. Quando conhecemos alguém nossa necessidade por ser aprovado parece que nos transforma em qualquer coisa ao invés de nós mesmos.
Entre todos os parques de diversões que já fui, sempre me levaram para passear na montanha russa, pra sentir a emoção que é estar vivo, que é ter alguém do teu lado. Este moço, contudo, me levou para passear no carrossel. No carrossel não tinham fortes emoções, que eu gosto tanto, não tinha o virar tudo de ponta cabeça, e nem a sensação de descontrole. O carrossel era leve, silencioso e previsível. Eu nunca tinha antes andado de carrossel, então não sei dizer se é bom ou não, sei dizer que é diferente e que é carrossel. Quando algo consegue surpreender-te perante ao costumeiro, a primeira sensação é de um vazio, vazio de não saber explicar, de não saber entender.
O carrossel devia ser bem bom de brincadeira, porque o moço parecia estar feliz, então fiquei feliz também. Depois ele me trouxe de volta para casa. No caminho fiquei pensando com sorriso no rosto: então ta!. E foi isso que eu disse pra ele na hora de agradecer ao doce passeio “então ta”. Creio que ele não entendeu muito aquele gesto, mas eu sei que sentimentos são que nem as estações do ano: há o tempo de plantar, de colher, de saborear... e durante os intervalos é como se a terra fosse se acostumando com a nova estação, assim como o sentimento que tem que ter tempo para avaliar tudo e partir para uma nova estação, e neste período de tempo tudo que conseguimos falar sobre o tal sentimento, para tentar ser sincero sempre, é “então ta”, mesmo que para não decepcionar, para não NOS decepcionar. Quando o assunto é sentimento alheio temos q ser responsáveis.
Apesar de parecer não entender a minha resposta o moço pareceu ficar contente de ouvi-la, ele deve ter percebido que quando nós não falamos muito é porque estamos esperando pensar antes de falar, e ele parecia gostar da idéia, tanto que fez o mesmo.
Entrei em casa com aquela sensação de ter passado o dia inteiro brincando no carrossel, sabes como é esta sensação? Pois é, eu também não sei, senão eu usaria uma expressão melhor para descrevê-la. Mas quem disse que temos que ter respostas pra tudo?, às vezes a resposta esta no simples ato de perguntar, às vezes não... Tudo depende de quanto espaço há no teu coração.
Porém, antes de dormir, fui abrir a janela para ver a lua, e ali estava uma linda rosa com um cartão no qual o moço dizia o quanto espera pelo próximo passeio de carrossel. E ali, me vendo como uma menina que esta cansada de fortes emoções,pensava que talvez a montanha russa, apesar de ser a brincadeira mais atraente do parquinho, já tinha me enjoado, que o carrossel ainda era uma sensação que eu não sabia descrever, então deveria realmente brincar mais nele, mesmo que para ver se ele não se tornava minha brincadeira predileta.
E se não virar minha brincadeira predileta, não tem problema porque agora eu aprendi que o parque de diversões é muito grande para lastimarmos o tamanho da fila de um brinquedo só. E o moço... o moço me fazia bem, e eu gosto de estar bem!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Sobre virar a página... sobre tirar a asa!



"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer." - Clarice Lispector


Não tem como não se entristecer, como não ter uma sensação de fracasso cada vez que um relacionamento chega ao fim, ou que qualquer outra coisa que você fez não deu certo. Aceitar que não somos perfeitos, que fracassamos é sempre muito dolorido.

Porém, quando paro para lembrar de coisas que já me aconteceram, quando avalio historias confidenciadas a mim por amigas e amigos, quando leio Clarice (sempre Clarice) consigo entender que não é fracasso. As coisas são assim por que são assim. Não há culpados e nem há fracasso, há uma historia PASSADA: bonita, triste, platônica, boba, sem sentido, com amor, sem amor... pouco importa, é algo que simplesmente tinha que acabar, era um ciclo que havia de se acabar (ou melhor dizendo “importa sim”, claro que importa, mas importa como LEMBRANÇA e não como SUFOCO).

Os perfeccionistas hão de concordar comigo que isto é muito complicado de aceitar, mas é NECESSÁRIO, enquanto não conseguirmos virar a pagina e ler o que está escrito na pagina seguinte nunca vamos poder concretizar a nossa bela história. Não existe nada pior do que livros que se repetem, que novelas que já sabemos o final, que filmes que já conhecemos o roteiro só pelo titulo. A vida há de nos surpreender!

Concordo que há insegurança: aquilo que já foi conquistado está logo ali na sua frente, e você sabe que se fizer um esforço, se conseguires te dedicar, se mudares o que é pra seres o que querem que você seja... tudo vai se resolver, você terá a vida que sempre teve novamente, terás a pessoa que queres ao teu lado. Contudo eu te pergunto: será que temos que lutar por amor? Pense comigo, temos que lutar para ter um emprego perfeito, para ser realizada profissionalmente, para ser a melhor aluna, uma filha que deixe seus pais com orgulho, lutar para cumprir seus horários e compromissos, pra ter dinheiro no final do mês, pra não esquecer a data de aniversario dos amigos e parentes, enfim, temos que lutar pra tanta coisa, será que o amor não deveria ser um pouco mais leve?

Entregar-se ao desconhecido é sempre algo de dar medo, é normal. Mas ler todo dia a sua historia sendo construída igualzinha a anterior é frustrante. Eu acho que todos podemos ser mais do que somos, podemos fazer mais por nós mesmos.

Eu mereço ser amada por tudo que sou, mereço andar com minhas próprias pernas, mereço te esquecer e mereço deixar que a vida me surpreenda... que o novo me deixe fazer descobertas. Até mesmo de mim mesma!


Ps: Post dedicado às pessoas maravilhosas que eu conheço e que merecem de verdade encontrar alguém que não as faça sofrer, às pessoas que vieram me contar que estão solteiras e que isso é complicado, aos que vieram me contar que querem ficar solteiros, e a mim, que só quero abandonar o tumulto das paixonites adolescentes e me deixar levar ao novo e a quem me faz bem sem pedir nada em troca!


Será que é tempo que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
(Paciência - Lenine)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Quem inventou o amor, NÃO explica, por favor!

“Posso te garantir que o verão solitário me deixou mais mulher, mais leve e mais bronzeada e que, depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero ser feliz de um jeito simples. Hoje o céu ficou bem nublado, mas depois abriu o maior sol." Tati Bernardi

Coração na boca:
Eu acho que te amo
Eu te odeio
Não o quero mais
Você é minha luz do sol
Meu anjo
Vou ficar com saudades
Será que a gente pode ficar aqui pra sempre?
Não vai embora
Eu te amo
Suma da minha frente
Quando vamos nos ver?
Não quero mais
Eu quero
Tá tudo errado
Não me decepciona?
Cuida de mim
Você é meu melhor passatempo
Contigo meu dia fica mais feliz
Minha pequena
Lágrimas
Montanha russa
Coração na boca!

...

Então foi assim que sempre me ensinaram o que é o amor?
Foi assim que sempre aprendi o que era amar: que era ficar sem fôlego, sem saber pensar em outra coisa, vivendo cada dia como se fosse o ultimo, sentindo todas as emoções ao extremo, sendo maluca... É, assumo então minha maluquice. Talvez tudo que senti de amor sempre foi minha ansiedade por ser maluca... e só!
De repente olhei pra mim e me vi calma, programando meu fim de semana... calma. Não há coração na boca, nem há ansiedade, nem grandes expectativas ou medos. É só um relacionamento. Pode ser que me faça feliz, pode ser que me faça triste. Se der certo e me fizer feliz é bom, é isso que espero do amor. Se der errado, as coisas acontecem assim e no outro dia o sol esta a postos de novo.
E um ponto de interrogação se forma bem no final do sentimento: Será que é pra ser assim? Só assim?
Não há jogos... não há falsa expectativa e nem alguém que esta programando contigo e a turma inteira dele, só pra se garantir que, se por acaso você o der um bolo, ele não vai se sentir um bocó? Eu não estou fazendo o mesmo? Ele simplesmente combinou contigo e esta fazendo de tudo pra que dê certo e pronto? Onde foram parar todos os “planos B”?
Acontece que por estranho que possa parecer, as perguntas passam na minha cabeça de um modo diferente ao “quando ta tudo muito bom é porque algo vai acontecer de ruim” (como assim era), as inquietações não me inquietam, apenas me fazem sorrir, chacoalhar os ombros e pensar “então tá”.
Como disse anteriormente: O amor então às vezes pode ser simples e não poético. Outras, poético e não simples. Às vezes é só amor e... concordo, realmente, talvez nem seja amor. Mas não estou querendo entender. Logo a menina que sempre quis entender tudo está pensando “deve ser assim então”.
Contudo, não sendo o amor poético, me sinto menos inspirada: A paixão extrema faz escrever mais bonito (os romanticos que o digam).
Quer saber, talvez eu não queira ser a romântica que sofre e morre de tuberculose para que os outros leiam e digam “oh como ela escrevia bonito”, talvez eu só queira ter um amor que me acalma e faz-me sentir leve. Esta coisa toda de morrer por amor, de repente me parece muito ingênua, me parece imbecil. Logo eu que adorava minha adolescência romântica interminável.
E talvez a inspiração venha, talvez o amor venha forte, talvez o coração na boca se faça presente de outra forma... ou talvez não!
O importante é mudar, é tentar viver as emoções de outras formas, é se permitir. Que venha o que for melhor pra mim. Afinal, o anjinho de asa branca continua lá, me dando sabedoria pra julgar minhas escolhas.
Seria o amor uma escolha? Ou o amor acontece?
Enfim, talvez não queira saber as respostas no pensamento. Quando meu coração responder eu volto pra contar!
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Ps: E quando resolvi procurar imagens com titulo de “amor” na internet, apareceu as daqueles filmes de comedia romântica, os quais já assisti a todos, que sempre adorei. Então pensei: será que um dia se fará um filme sobre amor de verdade?

“Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina.” Adriana Falcão



quarta-feira, 4 de março de 2009

Nada deve pesar...


“Hoje eu acordei mais cedo (...) (nem li o jornal)
Tudo deve estar suspenso... nada deve pesar
Ainda era noite, esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água sem deixar ferver (...)
Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
Até que a chama se acenda”
(“Ilex Paraguarienses” – Engenheiros do Hawaii)

Tem dias que parece que acordamos com a função de ver a nossa vida como se fosse a vida de outra pessoa, não sei explicar... ainda é a sua vida, é o teu corpo, nada mudou, mas é como se você tivesse se auto-sobrevoando, olhasse a ti mesma e as pessoas que te cercam por outra visão, com outro olhar. Hoje foi um dia assim, de ficar quieta, de observar... tem pessoas que confundem isso com tristeza. Mas não... não é tristeza, nem alegria, é uma leveza disfarçada de pensar!
Neste mundo onde todos têm que estar sorrindo o tempo todo, pulando, se divertindo, dançando para demonstrarem que estão felizes é mesmo estranho reparar alguém quieta e pensar que ela só esta entrando em contato consigo mesma.
Acredito que às vezes temos que ter este momento de nos olharmos, este momento estranho! Como diz o sábio e pequeno príncipe mais famoso “É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio" e estou muito longe de ser alguma sábia neste mundo. Mas tenho lá meus momentos de praticar o exercício da observação.
Contudo, quando você passa muito tempo observando o mundo que te cerca, você começa a perceber que às vezes temos que nos armar perante aquele que queríamos abraçar e temos que abraçar aquele que tantas vezes atingimos. Enfim, são devaneios de uma mente que se cansou por pensar muito e agora não tem palavras para descrever os pensamentos... acontece!
O importante é que hoje parei alguns minutos para ouvir minha avó cantar e isso me fez mais feliz, mais tranqüila, e mais ciente que vai onde for, sempre temos um lugar para voltar!

"Se tem alguém escrevendo a comédia de erros dessa minha vida, favor inserir uns kits de primeiros socorros nas ruas por onde eu passo, nos cenários da minha história e, principalmente, próximo às pessoas que acenam pra mim." - Maíra Viana

terça-feira, 3 de março de 2009

O Menino do Leste!


"Como se ela não tivesse suportado sentir o que sentira, desviou subitamente o rosto e olhou uma árvore. Seu coração não bateu no peito, o coração batia oco entre o estômago e os intestinos." (Clarice Lispector)

Acordei bem cedo, para ver como estava o tempo. Fui caminhando lentamente rumo à janela, já imaginando mais um dia de espera. Nem me importava, já estava conformada, alias a espera fica muito mágica quando esperamos da forma correta: esperar sem aquela expectativa platônica.
Cheguei frente à janela, ia abri-la, mas não abri. O que vi foi mais forte que meu desejo de abri-la, acontece que quando um sentimento devastador vem em nossa direção não há como pensar em ter atitudes, só aquilo toma conta de ti, como se tudo que você fosse desde o nascimento fosse um vácuo esperando por ser preenchido.
Acontece que avistei do outro lado da rua a causa da minha grande idéia fixa: o Menino do Leste, justo eu que estava procurando maneiras absurdas para atravessar o muro que nos separava e ali estava ele, tão perto de mim. E o muro havia, como num passe de mágica, desaparecido totalmente. Porém nem me importei em verificar a paisagem do outro lado, não era isso que me importava, afinal paisagem bonita eu sempre possui. Temendo ser um sonho ou delírio, limpei novamente meus olhos, esperando por acordar novamente e ver que nada daquilo era real, mas era... era o Menino do Leste.
Minha reação foi a obvia de todos os apaixonados: fiquei estática. Olhar fixo, respiração profunda, coração acelerado. Nada em mim podia se movimentar, o tal sentimento devastador havia me preenchido e de repente meu corpo ficou pesado demais para exercer qualquer atividade.
Então fiquei ali, observando o Menino do Leste que estava num lindo jardim, do outro lado da rua. Aquele jardim não era meu, nem era dele, e, no entanto ele parecia estar plantando flores ali, calmamente, com muita atenção e muito cuidado. Pensei: ele esta ocupado, deve ser importante demais a sua tarefa. Então fui abrindo calmamente a janela procurando não fazer barulho, caminhei um pouco pela varanda a fim de ver mais certamente o que ele estava fazendo. Era isso mesmo, ele estava plantando flores, por um instante fiquei imaginando se estas flores eram pra perfumar minha rua ou para atrair borboletas... e o pensamento se foi quando ele olhou em minha direção... olhou e sorriu! Eu, estática, coração na boca, só me permitir sorrir e acenar... ele sorriu novamente!
Eu sabia que o correto seria ter descido rapidamente as escadas, abrir os portões, atravessar a rua e... e fazer o que? - eu pensava – ia falar o que? A verdade é que durante todo o tempo que fiquei olhando o grande muro eu pensei em como fazer para encontrá-lo, mas não pensei em que eu faria quando o encontrasse, a verdade é que eu achava que isso se solucionaria na hora que o encontrasse, ou que teria tempo demais pra pensar nisso. Não, era o momento! E por não ter coragem o suficiente, fiquei esperando que ele soubesse o que fazer... Mas ele estava ocupado, então esperei!
Foi então que ele olhou para mim e pareceu estranhar alguma coisa, como se eu tivesse diferente, mas ele parecia gostar da mudança. E ficou ali olhando, como se esperasse que eu lhe contasse algo, eu não compreendia nada, como então poderia lhe falar? Foi então que me lembrei das asas, é claro que ele via algo diferente: Que pessoa acorda e coloca um par de asas de anjo nas costas e vai abrir a janela? Me senti patética, porém me lembrei que ele parecia gostar das asas, então sorri como quem quer dizer “você ainda se lembra?”. Ele respondeu com um gesto de cabeça dizendo que sim.
Ficamos os dois parados, olhando-nos, como se cada um esperasse algum acontecimento... e nada!
De repente percebi que, entre duas pessoas, quando há palavras que não foram ditas no momento propicio, acontece que elas não morrem, apenas ficam transparentes, permanecendo para sempre entre eles, como se formassem uma barreira. Ali, entre nós existiam uma infinidade de palavras, frases, orações, poemas e epopéias.
E tudo que era aflição de vê-lo se transformou em saliva, engoli seco. Por não saber as respostas das perguntas que eu mesma me fazia, por não ter coragem, por não saber, olhei-o com sorriso triste, respirei fundo, me virei de costas e entrei novamente em meu quarto. Deitei. Dormi.
Quem disse que todas as historias devem ser poéticas?... e quem disse que amar era simples?
As vezes o amor é simples mas não é poético... em outras ele é poético mas não é simples... e tem algumas ainda, em que ele não é nem simples, nem poético... só é AMOR!

segunda-feira, 2 de março de 2009

A idéia fixa!


“Pois sou criança e não conheço a verdade
Eu sou poeta e não aprendi a amar”

Um dia li a história de um moço que havia morrido por ter uma idéia fixa.
Idéias fixas são assim, pregam na gente de uma forma que não conseguimos tirar. Sou alguém de idéia fixa.
Mas sou também pessoa de controlar a altura do pulo, de medir, de saber. Aliás, o saber para mim sempre foi o maior pesadelo. Tenho de saber, sei lá o que, sei lá o porquê, mas tenho que saber.
A dúvida não me satisfaz... ela me instiga! Não sei me entregar ao sentimento sem racionalizar, sem entender, sem procurar em Freud ou qualquer outro teórico (até os mais baratos de livro de auto-ajuda) a explicação do que se passa.
No entanto, não entendo... não O entendo! Mas ele é a minha idéia fixa... não preciso entender...
E foi por isso que coloquei as asas nas costas e fiquei esperando o vento pra voar. Eu, ali, parada na janela com as asas nas costas, sou apenas uma menina com uma idéia fixa, sem pensar, sem entender, apenas querendo, desejando. Sou pessoa completa, sem medo!
Não pode ser devaneio o meu querer... se quiseres, pode chegar mais perto e ver minhas asas. Vais perceber que elas têm um perfume diferente ao de tudo que é meu (um perfume próprio: o dele), elas tem cores diversas, sabores, e se prestares muita atenção vais conseguir ouvir as canções, que guardo também na memória. Sim, foi com esta mesma asa que voei pra perto dele tantas vezes. Eu sei que ela ta meio amassada, afinal ficou guardada muito tempo...
Tem coisas que tem vontade própria, assim é a minha asa. Ela se esconde de mim por um tempo e só aparece quando ela tem vontade, como se quisesse brincar de esconde-esconde. E, como uma brincadeira, eu embarco na fantasia e a visto sempre que ela aparece, sem pensar. Quando a asa esta em minhas costas eu só consigo focar no meu desejo de voar. No desejo de encontrá-lo.
Porém não sou sempre amiga desta asa, ela me faz embarcar, me lembra da idéia fixa, e ela é a culpada de muitos tombos doloridos. Assim foi o de ontem, quando por um momento senti que uma ventania se aproximava... sem esperar ou raciocinar, eu comecei a voar, com o vento que tinha, com as esperanças que me guiavam. Só que a asa novamente me pregou uma peça, não percebendo que o vento era muito pouco pra me fazer voar o suficiente e enfrentar todos os obstáculos do meu vôo. Caí ali, uns 10 metros a frente da janela da minha casa. Ela, a asa, sabe que a distancia é mais longa, custava ter percebido que meu vôo não teria sucesso? Não, mas ela fez isso para me provar, pra sentir se meu desejo era mesmo grande. Vive me testando, esta asa boba.
Mal ela (a asa) sabe que por ele eu conseguiria voar até mesmo sem asas... voar eu até conseguiria, mas as asas... elas me dão a coragem de embarcar em minha idéia fixa, me fazem acreditar.
Às vezes fico pensando: se não preciso das asas para voar, porque as coloco cada vez que quero seguir esta minha vontade? Estes dias pensei que as asas servem para que eu me sinta anjo, pois desta forma eu não culparei ele por me fazer mal, porque os anjos sempre perdoam... ou talvez não seja nada disso, mas isso é coisa de pensar e neste assunto (o amor) este ato é proibido!
Enfim, fiquei furiosa com as asas por terem me feito de boba, levantei-me sem mostrar arrependimento, como se o tombo não tivesse doido. Aposto que ela achou que eu desistiria, mas não! Voltei ao mesmo lugar de onde saíra: a janela, e fiquei ali, com sorriso no rosto e brilho no olhar, esperando novos ventos... bons ventos! Olhar fixo no meu obstáculo, idéia fixa no meu pensamento, porque, em certos assuntos, a idéia fixa é necessária e eu... eu sou pessoa de idéia fixa!