sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Um simples presente para quem me deu tudo!



"Com nove anos eu escrevi em meu diário “não vejo a hora de sentir dor”. Me assustei quando li isso, já adulta, mas lembrei exatamente o que eu estava sentindo naquele dia que escrevi isso." Tati Bernardi

"Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz. Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar de mim a única coisa que sei fazer direito nessa vida que é sofrer. Anos de aprimoramento e ele quer mudar todo o esquema. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode.
Não dá, assim não dá. Deveria ter cadeia pra esse tipo de elemento daninho. Pior é que vicia. Não é que acordei me achando hoje? Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. Dei de achar que mereço ser amada. Veja se pode. Anos nos servindo de capacho, feliz da vida, e aí chega um desavisado com a coxa mais incrível do país e muda tudo. Até assoviando eu tô agora. Que desgraça." Tati Bernardi

Estive lendo tantos e tantos textos que aqui escrevi, falando sobre "amores" que tive, desilusões, felicidades, tantos sentimentos e sempre acreditei que quando parasse para ler ia sentir coisas contraditórias, dependendo do texto, mas hoje não é o que me acontece, hoje leio tudo com a paz da distância, a paz de ter tido tantas experiências e estar aqui viva, satisfeita, ciente de tudo que tenho hoje.

Ao ler tudo aqui novamente me lembrei de uma frase que inclusive coloquei um dia, do Caio F. Abreu, " Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo:um dia encontro.” e eu encontrei! Talvez não tenha sido o melhor caminho, mas o importante é a direção, ir em encontro ao melhor não importa como, ainda que eu sinta uma certa pena da menina que escreveu tanto sobre coisas tão tristes, fico contente em ver que ela encontrou uma recompensa.

Incrivel como as desilusões inspiram muito mais que o amor calmo e sincero, muito mais interessante ler algo sobre uma tristeza do que de algo que é feliz, bom e puro, até mesmo escrever quando se está triste é muito mais fácil e até belo, sim, sofrer é belo, sempre achei, talvez por isto tenha sumido durante tanto tempo. Lembro que quando era criança me olhava no espelho quando estava chorando porque era tão bonito me ver sofrendo, triste e ainda fazia a famosa cena encostada na porta do banheiro, escorrendo com o corpo calmamente até o chão, soluçando, sofrendo, sozinha, triste, e tão, mas tão, bonita.

Infelizmente, hoje não tenho nada belo pra contar, tenho esta coisa feia e sem graça que é ser feliz e ter um amor puro e calmo. Hoje encontrei alguém para voar ao meu lado, para qualquer direção que quisermos, alguem que não me obriga a voar atras dele, e muito menos quebra minhas asas para impedir meu vôo, mas que pararia de voar, consertaria minha asa e voariamos em seguida, só porque quer e precisa de mim (olha que loucura, existe um homem por aí que não sabe viver sem mim, estranho).

Caso ainda tenha algum leitor por aqui (acho dificil ja que sumi há tanto tempo) saiba, é preciso que todas as pessoas do mundo saibam: ninguém deveria sofrer tanto por amor, ninguém merece passar por estas coisas que já passei, ainda mais se vc é como eu uma romantica de carteirinha, que se joga em qualquer descoberta, carente de qualquer coisa que queiram te dar.

Ou talvez todos devam passar por estas coisas, para aprender a dar valor ao que é realmente verdadeiro, eu não sei, pra falar a verdade eu não sei, a "porcaria" de amar de verdade é que todas as razões vão por agua baixa e passamos a ver com olhos mais puros, logo eu que sempre amei ter razões intactas e um plano bem definido. Mas o que quero mesmo dizer, é que independente de estar numa relação depreciativa ou de ter passado por qualquer coisa do tipo, todo mundo precisa acreditar que existe alguém ai fora que quer te dar de tudo, que quer levar teu café na cama, que quer dizer várias vezes por dia que te ama de todas as formas possiveis, que te deseja todos os minutos mesmo se vc esta com o cabelo bagunçado ou sem maquiagem, que sorri em silêncio quando não tem mais palavras, que presta atenção ao que vc fala, que se importa com seus problemas e te leva no colo se preciso for, que aceita teus amigos e quer que vc os tenha, agrada ao máximo seus pais por saber que são importantes pra vc, que te respeita, e que acima de tudo é seu parceiro. Esta pessoa existe e vc é merecedora dela, não aceite menos, não passe sua vida inteira com menos, rejeite. Eu sou a prova disso (logo eu).

Importante dizer que esta pessoa não virá num cavalo branco, que não falará as palavras da forma como você tinha imaginado e quem sabe ele não faça aventuras de amor como em filme, mas quando ele chegar perto e te abraçar forte de uma forma que vc fique sem folego, ou quando vc estiver triste, ele apenas te abraçar e te olhar de uma maneira que inspire proteção e confiança, você saberá que esta pode ser a pessoa que será a mais importante da sua vida, deixe ele tentar e agradeça, agradeça sempre, afinal não é todo dia que o destino (o cosmo, Deus, a vida.... seja o que você quiser acreditar) coloca em nossas vidas exatamente a pessoa que sempre deveria ter estado nela (obrigada).

Outro dia pediram para eu pensar como seria minha vida sem ele e é impossível, só de imaginar eu já choro, pois tudo que eu penso pro futuro ele está. Já vejo vestidos de casamento para comprar imaginando como ele estaria vestido também, sabemos os nomes dos filhos, como será nossa casa, como cada um de nós tratará os filhos, já combinamos que ele será quem vai ficar comigo quando velhinho para me ajudar a voltar pra casa, porque com certeza eu serei a velhinha gagá e ele o velhinho super ativo e esperto, combinamos que eu vou morrer primeiro pq preciso dele pra cuidar de mim, combinamos nossa vida inteira e eu sei que ele estará lá e que será tudo mais incrivel ainda do que imagino, sabem porque? Porque eu mereço isto, ele merece isto e o mundo finalmente me recompensou por tudo, e se pra ter esta recompensa eu tive que passar por tudo, então ainda bem, afinal recompensas grandes são dadas a quem se arrisca mais e eu me arrisquei de todas as formas porque sempre tive um anjinho de asa branca me protegendo, e agora este anjo se materializou na sua forma, estou protegida pra sempre! (obrigada).

ps. Este é um dos meus presentes de aniversário, parabéns amor, te amo!!!


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Eu irei voar...


"Sei exatamente como é começar um projeto e gostar mais dele do que da pessoa que o inspirou." Sophie Calle
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Um dia isso tudo será visto.
Talvez neste dia algumas pessoas saberão o quanto foram importantes e o quanto poderiam ter sido mais importantes ainda, mais queridas, diria ainda: fundamentais em minha vida e não o foram pelo simples fato de estarem preocupadas com coisas que não a levariam a nada, com valores sem importância e com medos infantis.
Mas não posso, por tudo que é mais sagrado, continuar ainda acreditando que sou apenas isso, que tudo tem que girar em torno disso. Vejam, o mundo é grande e eu preciso voar. Sem amarras e sem concessões quero ser algo maior, quero voar.
Obrigada. Amar-te teria sido a coisa mais facil do mundo e a mais prazeirosa. Mas pra algumas coisas, infelizmente, ainda se precisa de dois.
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"Eu não quero ser adorada. Eu quero ser amada" - Antes que termine o dia

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Não se esqueça que te amo!



“We were both young when I first saw you
I close my eyes and the flashback starts (...)
Little did I know, That you were Romeo (...)
Romeo take me somewhere we can be alone
I'll be waiting all there's left to do is run”
(Love Story)


Silêncio, cheiro, respiração, calor, pele, lágrimas, sorriso, olhos e olhares.
Existem palavras que não se adequam ao momento, atitudes que não se explicam e gestos que não são traduzíveis, apenas o olhar fala, e o olhar é traidor eu sei, mas hoje quero acreditar que ele não possa ser, pois apenas com ele eu posso dizer que te amo.
Amo tão grande, tão intenso e tão puro que não se pode falar, meu silêncio é minha palavra sagrada de amor. Guarda meu silencio, ele é a prova do que realmente me importa, do que sinto. Minhas lagrimas são minha confissão. Guarda também minhas lágrimas em teu coração.
Pela primeira vez não sei e isso me faz mais forte, me faz maior. Porque quero apesar de não saber, e isso é algo difícil pra alguém que sempre tem tudo planejado e assegurado. Não me importo. Não sei e, no entanto, quero, quero intenso, mas também quero simples e calmo.
Quero pelo simples motivo de precisar. Choro lágrimas doces e felizes porque amo. Dou-me de corpo e alma já que não posso evitar. Alegro-me por confiar. Confio no olhar e no que vivemos até hoje, é tudo que me resta, apego-me aos olhares e aos detalhes.
E naquele momento eu realmente achei que não precisaria dizer, que não devia dizer, mas ainda que eu não fale: não se esqueça que te amo.

"Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de existir sendo. Tu tornas-te um eu. É tão difícil falar e dizer coisas que nunca podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real, entre nós dois? Dificílimo contar: olhei pra você por uns instantes, tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita... Eu chamo isso de estado agudo de felicidade."
Clarice Lispector

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Das coisas que quero!


“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.” C.L.

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Quero um homem que seja homem, uma vida que seja inusitada, uma alegria que seja extasiante, um amor que me tire o fôlego, uma dança, um beijo, um cheiro, um doce, quero tudo e quero agora.
Não quero pouco, não quero migalhas e nem metades. Quero o tudo e o profundo, o inteiro e o que sobrar. Não tenho culpa de ser mimada e de querer apenas o mundo de presente.
Não, não precisa ser pra sempre. Tudo que é pra sempre acaba sendo meio morno - meio frio – e eu quero o quente, quero pegando fogo. Quero hoje, amanhã não me seduz, só quero que seja completo, de resto minha criatividade é que conduz.

"Hoje acordei inteira. Migalhas? Pedaços? Não, obrigada. Não gosto de nada que seja metade. Não gosto de meio termo. Gosto dos extremos. Gosto do frio. Gosto do quente (depende do momento.) Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo. Não gosto do morno. Não gosto de temperatura-ambiente. Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada. Por favor, nada de pouco quando o mundo é meu. Não sei sentir em doses homeopáticas. Sempre fui daquelas que falam "eu te amo" primeiro. Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás. Sempre dei a cara à tapa. Sempre preferi o certo ao duvidoso. Quero que se alguém estiver comigo, que esteja. Mesmo que seja só naquele momento. Mesmo que mude de idéia no dia seguinte."
Fernanda Mello

sábado, 26 de setembro de 2009

“La peau morte des émotions d'autrefois."



Sem ti as emoções de hoje são apenas pele morta das emoções de ontem, isso sim.
Tudo que projeto de amor, de paixão, de tesão vem inspirado em qualquer coisa que tive contigo – digo sobre todas aquelas coisas que não eram nem amor, nem paixão e nem tesão, mas sim aquilo que eu julgava ser todas estas coisas, aquilo que vinha com um misto de necessidade e supérfluo, de querer para sempre o que não se suportava por mais de meia hora.
As minhas experiências, todas, sempre comparadas a ti fazem-me avaliar como eras pouco e vazio e, no entanto, ando por ai procurando alguém que seja um pouco “pouco e vazio”, e quando não encontro, visto-me, eu mesma e com orgulho, de “pouca e vazia” pra algum outro... e magôo, tal como já fui magoada, só assim sei amar, só assim aprendi.
Transformei nosso amor em pele morta e quando percebi estava, eu também, às vezes um pouco pele, às vezes um pouco morta.
Quando resolvo ser pele, quando aventuro-me, quando vou, quando te esqueço... eu já nem sei quem sou, sou outra, sou qualquer uma. Porque a "qualquer uma" de mim gosta de aventuras e de alegria, gosta de sentir o gosto do perigo, acha tudo inevitável. A "qualquer uma" não tem medo de ferir, nem de ser ferida, vive o feliz e o presente. Mas a "qualquer uma" adormece, esquece, e volto a ser eu, incompleta e sem referências.
Volto a querer bem menos do que mereço... lembro de ti.

“Experimento pessoas como experimento comida baiana, “tá, deixa eu ver que gosto tem, mas não muito pra não morrer aqui, longe de casa, debaixo desse sol e dessa alegria”.”


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ponto de Partida!


(ou "Porque avançar as vezes é retroceder e voltar ao mesmo lugar nem sempre é recuar")

"Serena: Não faz o mínimo sentido...
Blair: Sentimentos nunca fazem . Eles te deixam confusa. E a levam por um caminho todo, só para te largar onde começou”

Eu sei que estou no mesmo lugar que estava há cinco anos, mas também sei que não sou a mesma de cinco anos atrás.
Eu sei que não ficaste comigo, mas também sei que não me deixaste sozinha, porque tenho muito, tenho até demais.
E sei também que você está ali parado, não sozinho e não igual, exatamente como eu, e, no entanto, algo em nós, apesar de iguais, não se completa mais, não combina, não faz sentido e não me satisfaz.
E eu que te conhecia, que sabia e que sentia, não sinto mais, não posso e não quero. O que era você ficou, o que era eu fugiu,
ou vice-versa,
tanto faz.

“Donna: Well, I'm expecting somebody.
Frank: Instantly?
Donna: No, but any minute now.
Frank: Any minute? Some people live a lifetime in a
minute.”

terça-feira, 8 de setembro de 2009

"Mariana foi pro mar"


No primeiro dia, durante o tempo inteiro, ela dirigia na estrada olhando pelo retrovisor, escutava a música que a fazia lembrar o que deixava para trás. Sabia sim que tudo fazia parte do passado, mas olhava-o com ar de nostalgia melancólica, porque acreditava que nostalgia só podia ser assim. Ela estava enganada.
Tudo que ela deixava para trás na verdade era nada, porque sentimento não se pode tocar e tudo que é físico, na verdade, não pertence a ninguém, tudo é passageiro. Como ela não queria sentir então abandonava cada pedaço do que sentia pelo longo caminho que o carro fazia.
No segundo dia ela andou pela praia. Sentiu-se acolhida pelo mar, abandonado por causa da ressaca. O mar, quando fica de ressaca, devolve à terra tudo que lhe fizeram de mal, devolve a sujeira, devolve o feio, devolve para então se ressurgir.
Logo que ela tocou seus pés no mar, eles se entenderam, mulher e mar , ambos se encontravam numa mesma energia – o vazio, a calma, o vento, a força. Sem pensar então ela firmou e fincou seus pés na areia úmida e grossa, lembrou-se do querer ressurgir da terra, mas descobriu-se ali ser feita de fogo, é o fogo que precisa da água pra mostrar-lhe o tempo de parar. Ela ficou por ali muito tempo. Ela entendeu.
No terceiro dia ela sabia as respostas. Percebera que na história de seu primeiro livro, quando criança, ela se confundira sobre qual era seu personagem e ficou enganada por todo o tempo seguinte: ela não era o menino que fica na estação a espera do seu primeiro amor – que apenas viu passar no trem – ela era a menina que passava, era aquela que estaria no trem indo pra lugares que ninguém sabe, era quem deixa saudades, era o que sempre deveria ser: a verdadeira protagonista da história (porque histórias de criança não deveriam ser feitas pra fazer chorar, deveria ensinar como sorrir, mesmo quando o assunto é amor, ou então, principalmente neste assunto). Ela aprendeu.
Ela era feita de fogo, que se alastra e que invade. Ela sabia que o mar sempre existiria para fazê-la parar, mas o mar, livre da ressaca, lavou-a com água limpa dizendo que ressaca deve vir apenas no segundo dia, não mais que isso. Então ela aceitou e seguiu viagem. Seguiu com a certeza de que apenas o mundo lhe seria suficiente para preenchê-la, que precisava de algo mais, de muito mais. Seguiu mirando seu olhar pra direção correta: pra onde era levada, pra onde se levava.