Desistir do amor foi o caminho mais simples e menos dolorido, então foi o que ela fez. Decidiu de que daquele momento em diante não se deixaria mais enganar, não se envolveria, não se machucaria.
Tudo dava certo! Ao contrário do que ela esperava, quanto mais ela colocava uma plaquinha de “não pise na grama” no seu jardim, mais borboletas se aproximavam do mesmo. Talvez a vontade da menina de não amar a transformará em alguém enigmática e misteriosa, o suficiente para gerar interesse nos que por ali passavam.
E ela pregava seus conselhos a quem quisesse escutar, contava sua história e convencia a qualquer um que “amor” foi só algo inventado pelos comerciantes para vender presente no dia dos namorados.
Como terminava maio, ela começara a pensar em dia dos namorados e aquilo era o mote para qualquer assunto, mas não se lamentava por não ter companhia para a data, pelo contrario, falava com a boca cheia de que enquanto as namoradeiras tinham 1 dia, ela tinha 364. Eram dias o suficiente para ela encontrar várias companhias diferentes, uma boa festa e algo qualquer para que não lembrasse de nada no outro dia. Estava feliz!
Mas mesmo assim, quando ninguém estava olhando, ela puxava uma caixinha com suas lembranças e olhava alguma foto do casal, ao mesmo tempo em que cantarolava alguma música que a fazia transportar à outro mundo. Quando ninguém olhava, ela chamava-o como que sem querer, fingindo que foi apenas um engano. Quando ninguém olhava, ela se lamentava por tudo ter passado e por nada ter passado... Quando ninguém olhava, ela pensava em como poderia ter sido o que não foi!
"Maio
já está no final
O que somos nós afinal
Estamos longe demais
longe demais
Maio
já está no final
É hora de se mover
prá viver mil vezes mais
Esqueça os meses
esqueça os seus finais
esqueça os finais
Eu preciso de alguém
sem o qual eu passe mal
sem o qual eu não seja ninguém
eu preciso de alguém"
(Maio - Kid Abelha)