segunda-feira, 25 de maio de 2009

Et l'amour j'laisse tomber !"


Eu menti!
Não me julguem, afinal, às vezes a gente mente sem nem saber que esta mentindo, mas isso não me tira a culpa: eu menti! Se querem saber mesmo a verdade, eu digo: eu não acredito no amor. Pronto, simples assim. Não acredito, não mais.
Cansei de ser a panaca que corre atrás do amor eterno que nunca acabou e já faz sei lá quantos anos isso, nem sei mais fazer a conta, afinal eu nunca nem pensei a respeito, só fechava os olhos e seguia meu instinto idiota. E pra suprir a falta deste “amor incansável” eu quis me apaixonar por todos os homens que me dessem qualquer beijo idiota na testa, já me contentava, já me bastava... Bastava ao ponto de eu me preocupar, ir atrás, fazer carinho, dar atenção, me justificar, querer estar perto... Inferno de carência!
A verdade é que todos estes casos tortos só me serviram para ficar com um tremendo vazio de quem não tem ninguém, e eu queria, queria mesmo me apaixonar e ser completamente fiel, completamente inteira a quem quer que fosse, bastava me querer. Que absurdo.
E pra quem lê em meus textos uma resposta às inquietações do amor, então tenho outra revelação: do amor eu não entendo nada! São só palavras, acreditem, palavras vagas, nulas e completamente sem sentido ou razão.
A grande verdade é que a maioria dos casais que conheço ou traem ou serão traídos. Os casamentos são infernais - cheios de brigas e discussões - ou acabam na simplicidade do divórcio, gerando um pouco mais de briga e filhos mal criados (que terão traumas posteriormente, não acreditarão no amor e farão meninas românticas como eu não os entender). Os flertes são cheios de egoísmo e vaidade: se você vai ao encontro da pessoa, se liga, se dá carinho e atenção então eis alguém que gosta de ficar com você. Claro, se entre todas estas coisas não tiver nenhum pingo de cobrança ou necessidade.
Não vou cuspir pra cima como todos os solteirões inveterados dizendo “eu não largo minha vida de solteira por nada” pelo contrário, largaria muito fácil se o amor existisse, mas não largo se isso que chamam de amor for apenas o que me oferecem, não por esta necessidade de ter alguém apenas, não pra sustentar o ego de alguém ou servir de troféuzinho. O amor deveria ser mais do que isso, e como uma boa romântica eu digo que se ele não é, então eu não quero, não acredito e não entendo.
E por ser romântica eu desisto do amor. Definitivamente não nasci pra este sentimento, nasci pra ser competente, pra ser inteligente, pra ser boa mãe, boa amiga, boa filha, mas quanto ao amor... eu não sei!
Então eis que o plano de sentir ficou meio em suspenso, creio eu. Pelo menos nos moldes que eu o havia planejado. Esta coisa de colocar as asas e ir voando em direção ao seu amor, mesmo sem saber voar, é muito bonito nas historias do Rubem Alves, mas na vida real só gera um grande tombo deixando-me mancando por uma semana. Acho que prefiro a velha história de colocar um muro bem grande na frente do meu castelo e quem quiser que escale. E esta é a metáfora que traduz minha atual fase de romântica desacreditada no amor: um muro em frente ao castelo.
Antes que algo pareça estar subentendido, não estarei do lado dentro do castelo cuidando do meu jardim para a chegada das borboletas, tudo isto é muito parado. Vou estar é bebendo minha vontade de viver transformada em um pouco de whiskie, vou aproveitar as festas de todos os castelos da redondeza e fazer bem só a quem me é muito importante. Caso algum aventureiro queira realmente escalar este imenso muro, apenas desejo-lhes coragem e sorte, porque já aviso que não terá ninguém para fazer curativo se sofrer algum tombo, estarei ocupada sendo feliz.
E enquanto o me sentir amada por mim mesma for muito mais interessante do que o amor que me dedicam, a resposta será sempre a mesma: "L'amour pas pour moi” seguida de um beijo na testa do corajoso desprovido de sedução. C’est la vie!
*
*
"Pourquoi faire ce tas de plaisirs, de frissons, de caresses, de pauvres promesses ?
A quoi bon se laisser reprendre
Le coeur en chamade,
Ne rien y comprendre,
C'est une embuscade,

L'amour ça ne va pas,
C'est pas du Yves Saint Laurent,
Ca ne tombe pas parfaitement,
Si je ne trouve pas mon style ce n'est pas faute d'essayer,
Et l'amour j'laisse tomber !"
(Carla Bruni)

Um comentário:

  1. AMIIIIIIIIIGA COMO ASSIM?
    VC SUSPENDE O PACTO E NEM ME COMUNICA?
    E tá.. não to gostando disso de não acreditar no amor.. que triste cara.. essa não é a Fernanda que conheço não..!
    Isso de se enfiar num copo de whiskie e ir nas baladas dos castelos ao lado tb é só uma fuga, sabes disso né?

    Mas oh.. não acredita em amor.. mas acredita que te amo ainda né? haha

    to aqui se precisar mongol! pára de ficar distante assim e de seer sínica com meus amores tb viu? uma hora você volta a acreditar..

    beeejo

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