“Eu conheço a imensidão do céu
Pássaro que sou,
Mergulharei de vez
Uma vez ou três.
Duzentos por hora, ou algo mais,
Na velocidade de encontrar você
Te merecer” – Passaros
Seria eu menina com vontade de prender o pássaro, ou o pássaro que vem enfeitar teus dias com minhas histórias?
De repente me vi do outro lado, assumindo outro personagem. Se és o que vem em minha direção sempre, sou eu quem enfeito o nosso encontro com as cores para te encantar.
Se sou eu que quero te prender dentro do meu mundo, és tu que me pede sempre para contar historias. Tua gaiola é minha janela de toda manhã.
Tu é o que viaja pelo mundo, mas minhas historias acontecem sempre dentro dos meus pensamentos, quem será que já foi mais longe?
As suas plumas todas caíram em uma das suas viagens, mas era cair de renovar – pra ganhar novas plumas com cores e formatos diferentes. As minhas não caíram, mas certa vez ficaram opacas de tristeza, e foi bom, porque percebi que as cores podiam vir de dentro de mim mesma, as recolori.
Eu sou menina e você é pássaro, mas quem tem o instinto animal sou eu, você é o que planeja, observa, e espera.
És multicolorido, eu também sou. Cada um tem nas suas asas as cores do que viveu, e desta aquarela se constrói uma historia que poderia ser única. Uma historia que não tem nem personagem definido, eles se revezam, como quem não quer brincar de ser sempre bandido, quer experimentar ser mocinho, e depois pedra, doce, vento, amor, medo, eu, você, você, eu.
História que não tem começo de verdade – porque já começa com exclamação -, que tem um meio que nem me lembro ao certo -é cheio de flashs que teimam em lembrar só do que teve cor bonita- e um final que tem vários finais e nenhum de verdade, como se cada final da nossa historia servisse para tentar ser o começo que não se teve.
Historia de menina e pássaro. Menina que veste suas asas e quer voar em direção ao pássaro. Pássaro que quer tê-la através da saudade. Menina que tem pensamentos coloridos. Menino que voa em direção a menina. Menino e menina. Homem e mulher.
O espelho que deixa egoísta saltou da mão do homem às mãos da mulher. Vendo a si mesma, pensou sobre o fato de ver apenas si mesma durante todo o tempo, durante tanto tempo. Pensou se o espelho não estivera o tempo todo nas mãos dela. Quebrou-o
Queria voar, assumir teu papel de pássaro, de menina, de mulher, de ser uma esperando pela sua metade. Não qualquer metade, mas a metade que a pertencia, aquele que parece pássaro, menino e homem, e no entanto, é um só e nem imagina que pode ser tantos.
Esta era mais uma das historias coloridas da cabeça da menina (sem final, mas com sorrisos embrulhados pra presente).
“Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar..." O pássaro encantado – Rubem Alves
É sempre assim né? Uma eterna espera por um amor que seja eterno..
ResponderExcluirE nesse tempo de espera, uma saudade pelos que já se passaram e não ficaram e uma ansiedade pelos que estão por vir. Um medo por nunca saber se vão ficar, se vai dar certo. Mas uma vontade enorme de viver, se realizar.
Talvez agente tenha encontrado o cara certo mas não percebemos e o deixamos ir..Talvez ele ainda nem tenha nascido.. Talvez não exista o cara certo.. Mas hoje se ele me amar já tá de bom tamanho!