terça-feira, 14 de abril de 2009

Primeiro Dia!









“Mesmo assim vou vivendo por acreditar no amor” Rastaclone - Adeus






Abriu os olhos na cama macia, lençol branco e um leve raio de saio entrando pela janela. Não se mexeu, ficou olhando o raio de sol que batia no lustre e fazia imagens bonitas pelo quarto inteiro, sorriu. Ouviu os sons de pássaros lá fora, lembrara dos últimos dias e sorriu num suspiro, sorriso de “vai passar”.
Respirou fundo e deu um salto da cama, correu até a janela e abriu-a num repente, não com força mas a ventania fez com que a janela abrisse rapidamente, assustando a menina. O pequeno raio de sol que entrava através das brexas da cortina invadiu o quarto inteiro. Finalmente ela podia respirar, ar puro pra um coração que se recupera.
Ficou ali por alguns instantes, pensando em absolutamente nada, tudo o que nao queria fazer era pensar. Andando pela varanda conseguiu ver do outro lado da rua o jardim mal-cuidado. Desceu rapido as escadas portada de toda a sua munição. Atravessou a rua contente, ia transformar o jardim sem dono do outro lado da rua no teu jardim, alias se era ele que a contemplava todas as manhãs havia de ser o jardim mais bonito do bairro, ele seria o “bom dia” da menina de toda manhã. Plantou flores coloridas e diversas, pensou também no perfume – para que nas noites especiais dormisse com um singelo aroma invadindo teu quarto -, os pássaros logo começaram a se aproximar e cantavam à menina como se fosse um agradecimento pelo ato dela, mal eles sabiam que ela fazia por si mesma.
A menina aprendera a ser egoista, egoista como nunca foi: egoista consigo mesma, agora assumia suas vontades sem pensar nas consequências, era egoista por fazer o que tem vontade e por ir atras de seus ideais. Não se importava muito se alguém iria vir e derrubar aquele jardim algum dia, ela estava fazendo aquilo por se sentir bem naquele momento, e sabia que não era fazer mal, então nao se importava de ser egoísta, se era isso que chamam de egoismo.
Contudo, quando estava desligada brincando de jogar alpiste aos pássaros, ela parou por um instante e viu o quanto estava feliz fazendo esta ação, se viu feliz por estar fazendo bem, lembrou que ainda nem tinha tomado café da manhã e no entanto estava ali alimentando pássaros, mas ela não se importava com isso, a vida era uma só e isso a fazia bem. Assim a menina lembrou que amar também exige altruismo, mas esta lição ela ja havia aprendido.
Então foi alí que a menina fez um pacto com ela mesma: PROMETERA SENTIR. Pode ser que pareça um pacto fácil de ser cumprido, mas ela era menina de querer entender, e sentir é algo que exije não pensar. Deste pacto ela pensou em várias decisões, decidiu que teu próximo amor (porque ela estava empolgada em saber quem seria o próximo) seria mais intenso que o último e menos que o próximo (agiria assim até encontrar o especial). Que seria leve com aqueles que amava, não colocaria barreiras para ser amada, pelo contrário, seria fácil, doce e simples – percebeu finalmente que amor não era feito de tratados ou cálculos matemáticos. Iria se doar mais e quantas vezes fosse necessário (parece que a menina percebeu que amor pode ser curado com chocolate e brincadeira, que o machucado que sangra na hora do tombo se cura depois do chororô, e disso ela entendia). Não se culparia e nem se arrependeria de seus erros. Não culparia ninguém pelos seus erros – ou de quem quer que seja. Iria errar o máximo possível, mesmo quando não souber se o erro é necessário, afinal amar não era pensar. E pra finalizar: seria sua melhor amiga!
Terminado de cuidar dos pássaros amigos e das flores, percebeu que tinha pensado demais pra um dia inteiro. O dia era de sol e vento, dia perfeito pra brincar de correr e dançar. E era isso que ela faria durante o dia inteiro. Ainda estava cedo, mas a menina tava esperançosa que seu plano de ser feliz de jeito simples ia dar certo, e colocaria ele em prática a partir daquele instante. Lembrara que existia o parquinho perto da sua casa e um bairro inteiro pra descobrir novos horizontes. Hoje ela daria uma folga aos pensamentos e iria brincar!



"Ainda é cedo, não tenho pressa
Não vejo mais a dor de quem sofreu por um maldito amor”
Rastaclone - Adeus

Um comentário:

  1. É.. aquela velha história, "cuide do jardim.."
    Nem preciso dizer o quanto estou feliz com essa "nova" F.M. ! Espero que você continue sempre assim, querendo o melhor pra ti, ser egoísta nesse ponto só traz bem!
    E se precisar de um ombro, chocolates, filmes e conversas filosóficas sabes que estou aki! De qualquer jeito tudo fica bom com agente indo pro Méxiiiico arriiiiiba! :P

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