sexta-feira, 20 de março de 2009

Até amanhã!


“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.” – Clarice Lispector

Um ano em menos de 24 horas. Posso gritar de felicidade já ou espero mais um pouco?
Não, nada de expectativas... Expectativas sempre me fazem acreditar que meu presente podia ter sido um pouco maior, de aparência mais bonita, ou um pouco mais caro. Não, desta vez não, quero apenas que este presente venha embrulhado numa caixa resistente (e se possível que tenha um laço).
Mas de repente meu pensamento cria asas e voa sozinho. Vai em direção: ao perfume que quero que estejas usando, aos carinhos que sinto falta, ao sorriso de qualquer coisa besta que eu tenha dito, às frases carinhosas meio tortas que só a gente sabia falar, às gírias inventadas e copiadas, aos beijos, aos abraços, às promessas.... e pronto, sou a velha romântica, platônica e irracional de outrora.
Coração na boca, ansiedade, aperto no estomago e sua foto na mão!
Ai que droga viu, eu queria conseguir escrever uma coisa bem bonita que descrevesse todo este amontoado de sentimento bom que tenho aqui dentro de mim, assim eu poderia ler quando eu quisesse, e sentiria o mesmo que sinto agora, mas é impossível dizer estas coisas com palavras (literatura besta esta que se mostra limitada no momento em que mais precisamos dela), sendo assim só consigo escrever o que uma garota de 10 anos escreveria em seu diário: Palavras simples e sinceras!
Que bom! Sinto uma inspiração estranha, ela não pede palavras bonitas. Não posso gastar palavras para contar o que sinto pra ninguém, nem mesmo a ti, porque quero guardar todas as coisas bonitas que guardo em mim para te dar de presente. Tudo o que há em mim de bonito, é bonito só para te dar de presente!
Será que terá estrelas? Terá chuva ou sol? Dia ou noite? Claro ou escuro? Fechado ou aberto? Dentro ou fora? Lágrima ou sorriso? Você e eu ou Eu e você? Será que teremos um Nós?
E eu só queria que meu coração parasse de dançar tango um pouco para que eu pelo menos conseguisse dormir!
Ufa, e até amanhã!


“Que medo alegre, o de te esperar.” – Clarice Lispector

Um comentário:

  1. O mesmo medo alegre que eu tenho na iminência da visão. Na iminência de estar cara a cara mesmo que distante, daquele que faz dos meus dias uma música de jazz...

    :(

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