sábado, 21 de março de 2009

A menina e a montanha russa!


"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... "

Ela levantou-se, atrasada, foi correndo colocar sua “roupa de festa”, o melhor vestido, aquele que tinha comprado só para os grandes eventos. Quando a viram todos exclamaram “Mas pra que tanta produção, só pra ir num parque de diversões?”, o que as pessoas não conseguiam entender é que fazia muito tempo que ela não ia à montanha russa, sempre ia aos parques de diversões, mas em nenhum tinha a montanha russa que ela tanto amava.
Antes de sair a menina sentou-se um pouco no banco de balanço em frente à casa dela. Ela precisava sentar pra poder acalmar um pouco o coração, que batia tão rápido que ela sentia que talvez ele saísse pelo estomago. Quando ela sentou, ficou pensando um pouco sobre as outras vezes que havia estado naquele brinquedo. Pelo seu sorriso, dava pra notar o quanto a fazia bem lembrar a sensação do brinquedo. Por um instante seu sorriso se desfez, o olhar ficou mirando para baixo, pensativa. Com certeza se lembrará que tinha vertigem cada vez que olhava a montanha russa funcionando de perto.
Tem brinquedos que parecem ter vida própria, por mais que você goste de brincar com ele, ele não faz muita questão de ser seu amigo, assim como aquelas bonecas de hoje em dia, que falam sozinha e parecem que são pessoas de verdade. Aquela montanha russa era exatamente assim à menina. Não se sabe se era pela menina esperar tanto da montanha russa ao ponto de ser o primeiro brinquedo que ela procurava ou se pelo fato da montanha russa não ser boa amiga mesmo... tem coisas que a menina não sabia explicar. O fato é que sempre que ela corria em direção à montanha russa, tinha vertigem, mesmo assim entrava, sentava, brincava e depois passava mal e não tinha vontade de ir em mais nenhum brinquedo ("Amar grande é ter vertigem no chão mas sentir um chamado pra voar" - Tati Bernardi).
A menina pensará tanto, preparará tanto o coração que quase acabou ficando pra trás na hora de partir ao parque, abandonou um poucos as boas e as más recordações e foi correndo sem pensar duas vezes. No caminho imaginava como seria, pensava, fazia planos, esperava, e caminho que nunca chegava. A menina estava impaciente.
Chegaram, ela correu em direção aquela coisa amarela e imensa no fim do parque, não pensava em nada e nem em ninguém, queria era chegar logo e ver aquela imensidão toda em sua frente. Chegou, surpresa: a montanha russa estava fechada, sem nenhuma explicação naquele dia aquele brinquedo não funcionaria.
Ela olhou, sentou e ficou ali durante algum tempo, pensando. Não ficou triste, porque sabia que aquela montanha russa a faria ter vertigens se tivesse funcionando, não ficou contente porque preferia ter vertigens a não brincar. Então ela simplesmente ficou. Por não saber o que sentir, por não saber odiar aquele brinquedo, por ter esperado tanto do brinquedo, por saber que não existia nenhum tratado obrigando o brinquedo estar funcionando... ela levantou-se e pediu para ir embora. Sem explicação, sem choro, sem saber.... Foi embora sem perceber o quanto o carrossel estava iluminado naquele dia, e com a única certeza que “tristeza nem saudade matam”!

"- Não faz mal, eu vou matar ele.
- Que é isso, menino, matares teu pai?
- Vou, sim. Eu até que já comecei. Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.
- Que cabecinha imaginosa que tu tens."

3 comentários:



  1. vá pro mar também! Sério. Não merece!

    leia meu post, talvez entenda!!!

    Fica ok

    ResponderExcluir
  2. Deixo Tati Bernardi falar por mim:

    "Amor não se pede, é uma pena.
    É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira.
    É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um
    semblante altista de quem constrói sozinho sonhos.
    Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro
    desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar
    e vir logo resolver meu problema? "

    ("Amor não se pede" - 2003)

    É.. não nascemos para mendigar amor nem pra morrer de amor.. Nascemos para viver com amor..!

    ResponderExcluir
  3. Tata de repente eu entro no seu blog e leio tudo isso! Qd eu li "auto-psicologia barata" e o 1º paragrafo, quase que advinhei o que vinha texto abaixo!!!
    Será que é a crise dos 25 anos!! hahahha... pq de uns tempos pra ca, eu vivo me auto-analisando e tirando várias conclusões, e qd chego na terapeuta ela me mostra a real e descubro q nao sou tao boa terapeuta como eu acho hahahhah... Mas com certeza este exercicio é mto importante pra gte amadurecer, aprender e acertar!
    Juro fiquei preocupada... mas agora aliviada e feliz.... vc realmente chegou na conclusão q sempre soube mas nao queria agir!
    Tente aplica-la.... tente se ouvir mais.... mas nao a voz da Beriel ta? A voz racional q temos qd nao agimos com esse "maldito" coração!
    To aqui pra te ajudar, te escutar e te apoiar!
    Ninguem precisa saber q vc é especial... vc sabe que é! E todos q te amam tb!
    Só digo uma coisa, nada nesse vida é por acaso... tudo serve de aprendizado ta?
    Nesses 5 anos, aprendesse como nunca! Bora colocar em pratica!!!
    AMO VC MINHA PEQUENA!

    ResponderExcluir